Fóruns Paroquias.org
paroquias.org

  A participação no Fórum Paroquias.org está condicionada à aceitação das Regras de Funcionamento.
Inteligência Espiritual
Fóruns Paroquias.org : Geral

 

Ir para tópico de discussão: AnteriorPróximo
Ir para: Lista de fórunsLista de mensagensNovo tópicoPesquisarEntrar
Ir para a página: Anterior12345
Página actual: 5 de 5
Re: Cristianismo, verdade e relativismo
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 17 de July de 2006 03:35

Paulo

Citação:
No sec XVI havia escravatura. No Sec XVIII os protestantes mataram "bruxas" em Salem nos EUA. Os direitos humanos evoluiram. EM 1900 as mulheres nao votavam.
Na Idade média nao havia esquentadores.
Cada tempo é o seu tempo, e deve ser analisado pela forma como se pensava e vivia então.Não segundo o pensamento de hoje.

O mesmo se aplica aos direitos dos homossexuais e à ordenação das mulheres.

pontosvista



Editado 1 vezes. Última edição em 17/07/2006 03:35 por pontosvista.

Re: Cristianismo, verdade e relativismo
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 17 de July de 2006 08:11

no seculo XVI existia escravatura.
No seculo I tambem e o cristianismo estava ainda no seu inicio.

Os cristão limitados pela mentalidade da epoca não concebiam sequer a inexistencia da escravatura. São Paulo colocado perante um caso concreto de um escravo que tinha fugido ao seu dono escreve uma epistola que diz como ele deve tratar o escravo. Vale obviamente para todos os escravos porque é baseado nos principios cristãos basicos. A belissima epistola a Filemon não não impondo explicitamente o fim da escravatura, nem tal terá passado pela cabeça de São Paulo, na pratica implica o fim da escravatura.

É um excelente exemplo de como o Espirito Santo vai ensinando todas as coisas e a Igreja ao transmitir a mensagem cristã vai agindo como o fermento que leveda a massa.

Com a implantação do cristianismo a escravatura torna-se praticamente inexistente na europa. Retorna com as guerras com o islão (o islão manteve a escravatura), os prisioneiros de guerra não resgatado tornavam-se escravos.
Depois com os descobrimentos regressou novamente em força.

Re: Cristianismo, verdade e relativismo
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 17 de July de 2006 09:51

É claro que é anacrónico avaliar Pio IX com amentalidade de hoje. Muito mesmo. porque tudo tem de ser colocado no seu contexto. Mas o que é que eu tenho vindo a dizer desde o início, em relação também a outros temas? Não é porque a Igreja tem mantido determinada opinião sobre determinado tema que impede que nós conversemos e pensemos se não deveria, hoje, à luz da descoberta progressiva que fazemos, no Espírito, de quem é Deus, mudar de opinião. É porque S. Paulo era um produto do seu tempo em relação à escravatura, que nós nos podemos interrogar (pelo menos isso) sobre se a sua posição (ou a do Levítico, ou a do Deuteronómio, etc) em relação a outros temas deve ser mantida, porque cultural.

Não estou a dizer que a Igreja tem de seguir a minha cabeça, caro que não. Estamos num forum e estamos a conversar. Eu tenho uma opinião, e com liberdade e acho que com respeito apresento as minhas opiniões, à luz do que parece ser a descoberta em Igreja que se tem feito de Deus. Reparem que as posições da Igreja têm mudado muito: em relação à mulher; em relação à escravatura; em relação à evangelização; em relação aos próprios direitos humanos; em relação à democracia; em relação à liberdade de pensamento; em relação às outras religiões, em relação À utilização litúrgica do latim, etc etc etc etc. E, raramente, a Igreja tem tomado a dianteira nas mudanças de mentalidade. MEsmo o assunto que o pontosdevista aqui retratou mostra que Pio IX ficou insensível aos apelos que homens seus contemporâneos (não há aqui anacronismo) lhe fizeram no sentido de mudar a sua opinião.

Eu não digo que não devemos seguir o magistério. Digo que, por vezes, o magistério erra. Ou é lento a mudar. Ou tem dificuldades em se explicar. E eu acho (mas não imponho isso, óbvio) que o cristão não tem de seguir cegamente o magistério. Se assim fosse, de facto, a maioria das posições referidas acima nunca tinham mudado na Igreja. Foi porque houve teólogos e outros cristãos que reflectiram, tantas e tantas vezes sob o anátema da própria Igreja, que levaram a que certa hierarquia fosse obrigada a mudar.

Quando digo que não se deve apresentar o catecismo sem procurar ir mais longe, não estou a rejeitar o catecismo. Estou a dizer que é um bom ponto de partida, mas que o cristão deve ir mais longe, pelo menos no aprofundamento das razões que estão por trás do catecismo. Depois, o catecismo não impóe na Igreja um qualquer pensamento único, que raramente existiu no seio da Igreja Católica. O catecismo não implica unanimismo e uniformidade de pensamento. Se não servir também para que os Cristãos descubram, em comunidade, Deus, até para lá do que o próprio catecismo diz, então confunde-se com um código de leis, prescrições e soluções dogmáticas, que desvirtua a própria essência reveladora e amorosa do cristianismo.

O relativismo cultural é uma coisa, a correcta inserção da posição da Igreja nos seus devidos contextos é outra, bem diferente, como aqui foi mostrado por esta última discussão.
Apenas nesse sentido é que a Bíblia é um texto relativo, até para a própria Igreja: porque tem de ser contextualmente interpretada, à luz do que se conhece terem sido os ambientes de produção e as sucessivas redacções dos seus textos. É assim, por exemplo, com a posição de S. Paulo sobre as mulheres ou sobre a escravatura. MAs esgotar-se-á nestes dois exemplos? Não há outros exemplos de interpretações culturais que devem ser pelo menos debatidas?

Apenas neste sentido é que própria posição que a Igreja tem tomado ao longo dos séculos em relação a determinadas situações ou pessoas é também relativa: o exemplo de Pio IX é bastante elucidativo. De certeza que ele rezou muito a posição que tomou. Mas hoje, penso que julgamos que não terá tomado possivelmente a melhor opinião; tal como a posição da Igreja em relação aos judeus, por exemplo. Fruto do seu tempo, mergulhada numa cultura determinada, a Igreja também errou, como João Paulo II admitiu. E continuará hoje, algumas vezes, talvez cada vez menos, a errar também, porque ela é também formada por homens.

É por isso que julgo que o cristão, hoje como na época de Pio IX, não deve aceitar de olhos fechados tudo o que o magistério continua a determinar. É por isso que não posso aceitar que apresentem o catecismo como súmula das verdades absolutas e inquestionáveis, como se tudo o que lá viesse fosse dogma. Eu aceito quase tudo, não pensem! Mas há coisas com as quais eu, como tantos e tantos católicos como eu, que não somos menos Igreja que os outros, não posso concordar. Estou no meu direito de o fazer sem me virem dizer que não sou cristão (essa sim é uma atitude pouco cristã)... até porque pertenço a uma Igreja que tem uma história e que continua, ela própria, a descobrir quem é Deus... com altos e baixos... com dúvidas e certezas... com posições certas e com enganos de interpretação, sem dúvida, para não sermos anacrónicos, ainda motivados por razões muitas vezes mais culturais e contextuais...

Abraço fraterno,

Miguel

Re: Cristianismo, verdade e relativismo
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 31 de July de 2006 14:49

Concordo com o Miguel.

Excepto na existência de actos intrinsecamente maus.

O exemplo aqui discutido do Papa Pio IX demonstra um "pecado original" da Igreja daquele tempo: Esqueceu-se de um passo do Evangelho.

Aqui está desde logo uma primeira teoria da separação de poderes.

João (JMA)

Re: Cristianismo, verdade e relativismo
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 03 de May de 2008 15:03

Resolvi chamar de novo este «velho» tema à primeira página, porque me parece muito importante. Possivelmente, vale a pena reler este tópico desde o início.

Introduzo agora outra questão relacionada: a frequente confusão entre pluralismo e relativismo.

Há uns tempos, Adela Cortina, uma filósofa que aprecio bastante, deu uma importante entrevista à Revista «Vida Nueva», onde fala também deste problema (http://www.vidanueva.es/sumario/entrevistas/adela-cortina-“estamos-en-una-sociedad-plural-en-la-que-se-tienen-que-oir-las-voces-de-todos” ; copiar link completo para o browser). Como não sei se a entrevista se manterá online no site da revista por muito tempo, copio-o para aqui, «para memória futura». No entanto, aproveitem a versão original da revista, pois a formatação torna a leitura no écran mais agradável. De uma forma ou de outra, o tempo gasto será bem investido.

Alef






Adela Cortina: “Estamos en una sociedad plural en la que se tienen que oir las voces de todos”


Son las 10 de la mañana en Valencia, en el viejo Paseo al Mar que hoy lleva el nombre de Blasco Ibáñez. Allí, en un despacho de la Facultad de Filosofía y Ciencias de la Educación, espera Adela Cortina, Catedrática de Ética y Filosofía Política de la Universidad de Valencia, una mujer empeñada en la defensa del pluralismo y en la tarea de proponer siempre modelos de vida llenos de ilusión. Por el ventanal entra esa luz diáfana con la que sorprende siempre la capital del Turia, ciudad en la que esta mujer, una de las voces más autorizadas del pensamiento español, estudia y trabaja; lugar desde el que habla con nitidez y optimismo.

Está rodeada de jóvenes estudiantes, algo que hace que “no envejezcas y que te mantengas siempre viva”. Adela Cortina prefiere hablar de lo que une a la gente, poner oído a la calle, a las personas normales y corrientes ocupadas y preocupadas por muchas cosas tan distintas muchas veces a nuestras diatribas. Se lamenta de la situación de crispación en la que vive nuestro país y se niega a ver el vaso medio vacío. Prefiere verlo medio lleno.

Para ella es imposible que no pueda haber un mañana y un futuro claro como el haz de luz de esta tierra abierta. Aprovecha para darnos una cita que Max Horkheimer recoge en su Teoría Crítica. Es una cita reveladora: “Si tuviera que explicar porqué Kant perseveró en la creencia en Dios, no encontraría mejor referencia que un pasaje de Víctor Hugo. Lo citaré tal como me ha quedado grabado en la memoria: una mujer anciana cruza una calle, ha educado hijos y cosechado ingratitud, ha trabajado y vive en la miseria, ha amado y se ha quedado sola. Pero su corazón está lejos del odio y presta ayuda cuando puede hacerlo. Alguien la ve seguir su camino y exclama: ‘ça doit avoir un lendemain’, ‘esto debe tener un mañana’. Porque no eran capaces de pensar que la injusticia que domina la historia fuese definitiva, Voltaire y Kant exigieron un Dios, y no para sí mismos”. Es una cita grabada en el frontispicio de este encuentro.


Relativismo

Es precisamente ese halo optimista y positivo el que aflora en cada una de las palabras de Adela Cortina, una ferviente defensora de esa sociedad plural que necesita una “ética de mínimos” para poder desarrollar cualquier proyecto de vida feliz. La fuerte convicción de que todo esto debe tener un mañana y de que las personas valen por sí mismas es la que sustenta la tarea de pensamiento de esta mujer, cristiana convencida, y militante del diálogo, la tolerancia y el pluralismo. Se echa las manos a la cabeza cuando escucha el estribillo sobre los males que afligen a España . No está de acuerdo con la acusación de “relativismo” de “algunas voces” eclesiales. “La sociedad española no es relativista. Lo que no hay en nuestro país es absolutismo. Hay pluralismo. España, hoy, es plural y eso es una grandeza y un avance importante”, señala.

Afirmación ésta de alguien que, convencida de lo que dice, lo argumenta con fuerza, garra e ilusión. “El relativismo consiste en decir que no hay criterios para distinguir el bien del mal si no es dependiendo de los contextos, mientras que pluralismo significa que hay distintas opciones de vida buena, pero unos valores universales compartidos. Me da la sensación de que quien no está dispuesto a asumir el pluralismo lo condena como si fuera relativismo”, afirma. En este sentido, ante la pregunta de si no es extraña la continua acusación de relativismo que procede de intelectuales, incluso como Benedicto XVI, comenta: “Con esas grandes palabras –’la Verdad’, ‘la Libertad’- estamos despistando a la gente. Creo que es un error. Creo que habría que corregir ese discurso. La gente respira cuando se habla del adjetivo más que del sustantivo, cuando se habla de lo concreto: afirmaciones verdaderas o falsas, opciones que dan libertad o que esclavizan. Hablemos de cosas concretas. El Papa tiene que hacer la oferta cristiana, claro que sí, pero sin absolutizar, sino ofreciendo lo propio en un mundo plural. Porque no hay tal relativismo, sino pluralismo. Hay gentes para las que el cristianismo es la gran oferta de felicidad y otros que viven otras opciones, pero desde unos valores universales compartidos. Me gustaría hablar con el Papa para decirle hasta qué punto podemos confundir a la gente con este discurso, cuando podemos decir las cosas de otra manera” confiesa.


Laicismo

De nuevo vuelve a la claridad académica. Es importante no confundir el Estado con la Sociedad. La distinción es fundamental y es muy importante aclarar los conceptos. Puede haber un Estado confesional, laico o laicista. Por lo general en el discurso se está traspasando a la Sociedad lo que es propio del Estado, que en España ni es confesional ni es laicista sino un estado “laico”, que no se compromete con ninguna religión ni la prohíbe sino que asume respaldar actuaciones determinadas que ayuden a lo bueno y lo justo. Sin embargo “Una cosa es el Estado y otra la Sociedad, que no es ni laicista ni laica ni confesional, sino plural, porque en ella hay creyentes y no creyentes que pueden expresarse y sus voces tienen que tener un lugar en la vida pública. Cuando los términos no están claros empieza la guerra de los laicistas, por un lado, y de los confesionalistas, por otro. Ni unos ni otros entienden que estamos en una sociedad plural en la que se tienen que oír las voces de todos. Mi gran obsesión desde hace tiempo viene siendo la búsqueda de una ética cívica de la razón cordial, (precisamente el título del libro con el que ganó el Premio Internacional de Ensayo Jovellanos 2007). Es importante que nos demos cuenta de que hay muchos valores éticos universales que compartimos y que podemos compartir. El contenido de esa ética cívica no es estático, sino dinámico: si seguimos trabajando juntos, descubriremos que es más lo que nos une que lo que nos separa. Pero, por desgracia, hay profesionales de la discrepancia, gentes que no parecen disfrutar más que en la confrontación. Es desesperante porque, no sólo es falso, sino que así tampoco vamos a ningún sitio.”

Homosexualidad

En el tema de las uniones homosexuales de las que tanto se ha hablado desde que se aprobó la ley que igualaba las uniones homosexuales con el matrimonio, Adela Cortina entiende que “es una lástima que al final acabe pareciendo que los grandes temas del cristianismo son el aborto, la eutanasia, las uniones homosexuales y la investigación con células troncales, cuando, evidentemente, en el Evangelio no están ni siquiera barruntados, porque las prioridades son el amor, los pobres y los vulnerables. En lo que se refiere a las uniones homosexuales, creo que en lo que ha de insistir la Iglesia desde una posición cristiana, es en que la familia ha de ser, ante todo, un centro de afecto, cariño y compromiso; de tal manera que quienes quieran formar una familia no lo hagan para pasar el rato, sino que estén dispuestos a hacerse responsables unos de otros desde el cariño y también a estar abiertos a la sociedad. Nunca familias cerradas, siempre abiertas. Lo más habitual parece la pareja heterosexual, pues se conocen los resultados, y de las otras fórmulas no sabemos nada. No las conocemos. Pero habría que preocuparse más de que las parejas sean centros de cariño, difusoras de cariño y no insistir en si son parejas hetero o parejas homo. A fin de cuentas, cuando encontramos al otro topamos muy frecuentemente con el Misterio. Es extraño cómo nos atrevemos a poner tanta fuerza en negar determinadas cosas. Como alguien dijo en una ocasión, sería bueno que la Iglesia fuera a veces menos maestra y más madre“.

El aborto es un problema para el Estado, y no sólo para las religiones. Es un tema que hemos religiosizado. “No es un problema exclusivamente religioso, sino también problema para un Estado de Derecho, que tiene el deber de proteger la vida. Hay no creyentes para los que no está claro que se pueda interrumpir una vida en gestación, que consideran que un feto no es un excremento. Lo urgente sería prevenir para que no se llegue a esa situación en que una mujer se plantee abortar, porque eso es malo para todos, también para la mujer. Para eso existen campañas preventivas, pero, sobre todo, las series de televisión podrían hacer propaganda de otro tipo de jóvenes y de otro tipo de valores más ilusionantes”.


Pastoral Universitaria

En cuanto a la labor en la Universidad cree que “hay un verdadero bloqueo en el tema religioso. Tal vez porque los medios de comunicación dan una visión muy negativa. Lo más corriente es una abismal falta de información en las cuestiones religiosas. Y no sólo en el caso de los alumnos que vienen de colegios estatales, sino también en el caso de los que vienen de colegios religiosos. Es curioso. Todos están enfrentados discutiendo sobre si EpC sí o no, cuando lo urgente sería preguntarse qué enseñanza religiosa se está dando en los centros con ideario cristiano, qué clase de experiencia religiosa se ofrece a los chicos en ellos. Ése es el verdadero reto, concluye esta mujer creyente, testimonio de fe en el mundo universitario.

Posturas “encastilladas” en EpC

En el tema de Educación para la Ciudadanía Adela Cortina se muestra con claridad: “No creo que nadie se vaya a salvar ni a condenar por haberla cursado. A mi juicio, lo bueno hubiera sido debatir otros aspectos de la ley, que son muy discutibles, pero en este país todo se nos va en discutir cuestiones pseudoideológicas, no los problemas concretos. La verdad es que ya existía una asignatura de Ética en 4º de la ESO y tenía un buen contenido. Supongo que el Ministerio propuso EpC porque la Comisión de la Unión Europea animaba a ello, y no creo que hubiera mala fe. Ante la reacción adversa, se ha encastillado en su postura, y parece que no haya diálogo posible, cuando yo creo que el contenido del Decreto de Mínimos es aceptable para cualquier creyente. Si se pregunta por la objeción de conciencia, claro que en un país democrático debe existir y que una persona debe presentarla cuando ve transgredido un derecho fundamental. Ése es un síntoma de democracia madura, y fue el caso de los objetores de conciencia al servicio militar, por ejemplo. Pero creo que éste no es el caso en que nos encontramos. Y que, cuando se pregunta, nadie sabe explicar en concreto por qué contenidos se presenta la objeción. Creo que ha habido un empecinamiento por los dos lados, y que ha llegado un momento en que la cuestión se ha partidizado. Y cuando cosas así las toman los partidos como bandera ya quedan desenfocadas totalmente”.

¡Al agua!

Es el nombre de un cuadro de Sorolla, el pintor valenciano de la luz y el colorido. Adela Cortina lo eligió para la portada de su libro Ética de la razón cordial. Educar en la ciudadanía en el siglo XXI, obra con la que ganó el Premio Internacional de Ensayo Jovellanos 2007. “¡Al agua!” Era la invitación de los mayores ante la inmensidad del mar. Una invitación a meterse de lleno en la vida. Los niños alegres, cogidos de la mano, se adentran en el mar, se adentran en la vida. Un toque gozoso. “¡Mar adentro!” que decía el Maestro a los discípulos en el Evangelio junto al lago de Galilea. “La alegría del día que comienza, la del mar acogedor, cargado de promesas y misterio. La alegría de entrar en la vida con el otro niño, cogidos de la mano”. Así acaba el epílogo del libro. Adela Cortina, una mujer que cuajó su cristianismo en la familia, en el colegio del Sagrado Corazón de Godella, en los años de estudio en la Universidad y junto a grandes maestros del espíritu como fue Ricardo Alberdi, un sacerdote vasco al que guarda un enorme cariño por haberle visto vivir la fe, el compromiso, la necesidad de saber para ayudar y la pasión por la persona como grandes claves del Evangelio. En torno al grupo de Iglesia Viva esta voz autorizada en el pensamiento ético español, ha cuajado su perfil creyente, en medio del mundo universitario. Adela es una de las profesoras universitarias que crean escuela, que avanzan creando un núcleo de discípulos y colaboradores. Casada con Jesús Conill, compañero con quien comparte, entre otras cosas, su proyecto de vida y su tarea investigadora, está avezada en las lides del pensamiento, cree urgente promover una Iglesia abierta y plural; una Iglesia que mire más la comunión que a la uniformidad. Su voz es un grano de arena para seguir ofertando el proyecto ilusionante del evangelio a los hombres y mujeres de hoy. “¡Al agua¡” es su invitación. Cogidos de la mano los grandes y los pequeños con una fuerza interna y con un horizonte abierto al futuro.

Juan Rubio, «Vida Nueva», marzo 2008.







Editado 2 vezes. Última edição em 03/05/2008 15:24 por Alef.

Ir para a página: Anterior12345
Página actual: 5 de 5


Desculpe, apenas utilizadores registados podem escrever mensagens neste fórum.
Por favor, introduza a sua identificação no Fórum aqui.
Se ainda não se registou, visite a página de Registo.

Nota: As participações do Fórum de Discussão são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, pelo que o Paroquias.org não se responsabiliza pelo seu conteúdo, nem por este estar ou não de acordo com a Doutrina e Tradição da Igreja Católica.