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Re: Cristianismo, verdade e relativismo
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 13 de July de 2006 01:24

Uma das Enciclicas mais atacadas do Papa João Paulo II foi o Explendor da Verdade. Nela, o Papa vai defendendo que há actos intrinsicamente maus. E que nenhum fim o pode justificar, porque eles são maus em si mesmo.
Desta forma, o pontifice, afasta do horizonte catolico todas as tecnicas de reprodução assistida, que obtenham esperma atraves da masturbação - que é intrinsecamente ma. Afasta ainda outras tecnicas de fecundação heterolga pelos mesmos pontos.
É pois com alegria que vejo o pontosvista defender a existencia de actos intrinsecamente maus, e que a verdade é uma só e não admite contradições.
Penso que o pontosvista, acaba por resolver a questão do aborto - que é um acto mau em si mesmo, porque nunca se pode matar, a questão da RMA.

Re: Cristianismo, verdade e relativismo
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 13 de July de 2006 01:47

Paulo

Em primeiro lugar até os actos intrinsecamente maus, como matar, podem ser justificados: matar em legítima defesa, por exemplo. A Igreja admitiu oficialmente a guerra (com o seu cortejo de horrores) e a pena de morte.

No caso do aborto, penso que é essencialmente mau, mas admito excepções, nomeadamente em casos de risco sério para a vida ou saúde da mãe. Depois há uma diferença abissal entre ser a favor do aborto e ser a favor da despenalização do aborto em certas situações. Aí a hierarquia da Igreja não quer ver isso e o preço que a sociedade portuguesa poderá vir a pagar será elevado: em vez de uma lei como a alemã que afirma que o aborto é mau mas o permite em determinadas circunstâncias, podemos vir a ter uma lei completamente permissiva, pelo menos até às 10 semanas.

No caso da masturbação, só falta provar que ela é intrinsecamente má. Não encontro qualquer fundamento para tal classificação.

Quanto à RMA, ela não precisa do relativismo nem do utilitarismo para se justificar.

pontosvista

Re: Cristianismo, verdade e relativismo
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 13 de July de 2006 01:56

Catecismo da Igreja Catolica 2352

Por Masturbação entende-se a excitação voluntária dos orgãos genitais e daí tirar um prazer venereo.. Na linha duma tradição constante tanto do magistério da Igreja, quer do sentido moral dos fieis têm afirmado sem hesitação que a masturbação é um acto intrinseca e gravemente desordenado. Seja qual for o motivo, o uso deliberado da faculdade sexual fora das normais relações conjugais contradiz a finalidade da mesma. O prazer sexual é ali procurado fora da relação sexual requerida pela ordem moral, que é aquela que realiza no contexto dum amor verdadeiro o sentido integrak da doação mutua e da procriação humana.

Aqui estão os fundamentos

Re: Cristianismo, verdade e relativismo
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 13 de July de 2006 02:19

Paulo

O Catecismo não sáo os fundamentos mas sim uma síntese de um modo de pensar. Os fundamentos apresentados são extremamente frágeis.

pontosvista



Editado 1 vezes. Última edição em 13/07/2006 02:23 por pontosvista.

Re: Cristianismo, verdade e relativismo
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 13 de July de 2006 02:32

Citação:
Seja qual for o motivo, o uso deliberado da faculdade sexual fora das normais relações conjugais contradiz a finalidade da mesma. O prazer sexual é ali procurado fora da relação sexual requerida pela ordem moral, que é aquela que realiza no contexto dum amor verdadeiro o sentido integrak da doação mutua e da procriação humana.

Mesmo supondo que a finalidade principal do prazer sexual é o acto conjugal, porque é que esse prazer fora da sua finalidade principal contradiz a finalidade? A finalidade principal do mastigar é alimentarmo-nos, mas não é pecado mascar pastilha elástica sem açúcar.

A sexualidade é uma realidade demasiado vasta para ser reduzida a uma ou duas funções. Tradicionalmente tentou-se reduzir a sexualidade a uma finalidade única: a procriação. Com o tempo acabou-se por admitir também que existia uma função de união no casal. Reduzir a sexualidade apenas à expressão do amor conjugal (além da procriação), com exclusão de tudo o resto, parece-me uma visão ainda muito redutora. Isto não significa que se possa usar a sexualidade de qualquer modo mas sim que não faz sentido andar a chamar pecado grave a tudo o que não consta da lista de finalidades aprovadas.

pontosvista

Re: Cristianismo, verdade e relativismo
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 13 de July de 2006 02:40

Concordo que a sexualidade é uma realidade vasta e complexa. Mas é para ser vivida a dois, em que o fim é dar prazer e assim receber. QUando o fim unico é ter prazer, estamos na presença de egoismo. O pecado grave é o egoismo, a falta de amor. O pecado é sempre falta de amor.



Editado 1 vezes. Última edição em 13/07/2006 02:42 por Paulo.

Re: Cristianismo, verdade e relativismo
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 13 de July de 2006 03:20

Quando amamos nada do que fazemos é exclusivamente para nós próprios. Mas não vejo porque é que todo o prazer sexual tem que estar imediatamente ligado a uma relação conjugal com outra pessoa sob pena de ser egoísmo ou falta de amor. Nem tudo o que fazemos tem uma relação directa com os outros (comer pastilha elástica, fumar um cigarro, comer um doce, apreciar o vento, etc) mas esses actos não passam a ser automaticamente "intrinsecamente perversos", egoístas ou sinais de falta de amor. Onde é que se vai buscar esta carga que se quer impor à sexualidade humana?

pontosvista

Re: Cristianismo, verdade e relativismo
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 13 de July de 2006 10:57

Paulo

Não chegou a dizer o que pensava sobre as leis e a atitude do soberano do país P, descritas na página anterior: são objectivamente más (independentemente das intenções) ou a ética deve acomodar abordagens diferentes conforme a cultura do país?

pontosvista

Re: Cristianismo, verdade e relativismo
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 14 de July de 2006 01:02

Os actos ou acções intrinsecamente más, são-no precisamente porque não é o individuo mas um todo. As questões eticas tendem hoje a ser avaliadas a partir do ponto de vista pessoal - o que é a porta do relativismo.
A questão que coloca é bastante pertinente e aponto duas notas.
1ª a Liberdade Religiosa, tão importante para o Vaticano II, salienta que cada homem é livre de prestar culto ao seu criador. O amor não se impõe. Nem o proprio Deus impôs o seu culto a Israel a força. Santa Teresa de Jesus diz que Deus castiga, amando mais o homem.
Não é uma coisa relativa, mas universal. O Estado não tem o poder de interferir. Certamente não foi sempre assim, até mesmo dentro da Igreja. A situação que coloca, deve ter-se passado centenas de vezes em Portugal no Sec. XVI com amas judias a educar jovens cristãos.
Só que o homem do sec XVI não é o do Sec XX e hoje, sabemos mais coisas que no sec XVI, porque há uma pedagia na revelação de Deus. Por isso ha uma evolução no Magistério da Igreja.

2º A lei natural inscrita no coração de cada homem. É a partir dela que a consciencia julga. Essa lei natural torna-nos livres.
Resumindo, quanto a situação que coloca, é um acto intrinsecamente mau.

Re: Cristianismo, verdade e relativismo
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 14 de July de 2006 13:05

Estou de acordo que actuação do soberano e a própria lei são intrinsecamente más.

O que é curioso é que isto surge porque quem toma esta atitude em nome de Deus valoriza sobretudo os seus raciocínios pessoais e colectivos. Eu explico: construímos uma imagem de Deus baseada nas nossas concepções humanas mas acabamos por nos convencer que as nossas concepções humanas expressam exactamente a vontade de Deus. Como não estamos abertos a uma revisão permanente (muitas vezes em nome de argumentos de que esta é a posição constante e imutável, etc) acabamos a fazer barbaridades essencialmente más.

Suspeito que actualmente a Igreja tem posições que no futuro vai ter que rever como más, nomeadamente no que diz respeito à homossexualidade, à sexualidade humana e à RMA.

pontosvista

Re: Cristianismo, verdade e relativismo
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 14 de July de 2006 14:45

Mesmo que fosse uma religião que defendesse sacrificios humanos?
como uma seita satanista, a antiga religião asteca ou uma seita indiana que foi proibida pelos ingleses?

Re: Cristianismo, verdade e relativismo
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 14 de July de 2006 14:48

lembro-me agora que na australia, em tempos relativamente recentes, tiraram muitas crianças aos aborigenes de forma muito mais arbitraria que a exposta.

Re: Cristianismo, verdade e relativismo
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 14 de July de 2006 16:22

Camilo

Não estava em causa a integridade da criança. Aliás a família tinha outros filhos que não foram tirados aos pais. A única razão foi sempre a diferença das religiões: uma criança iniciada na religião X (mesmo contra a vontade dos pais) nunca poderia ser educada por uma família de outra religião, nomeadamente da religião Y, mesmo que fossem os pais da criança.

pontosvista

Re: Cristianismo, verdade e relativismo
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 14 de July de 2006 23:04

A questão não era a integridade da criança mas sim a sua iniciação numa religião que poderia colocar em causa a integridade doutras pessoas.
A religião asteca não colocaria em causa a integridade da criança mas sim poderia vir a levar que fosse educada de forma a praticar uma religião que levava os seus seguidores a praticar homicidios.

Re: Cristianismo, verdade e relativismo
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 14 de July de 2006 23:14

Quer a religião X quer a Y condenam o homicídio.

pontosvista

Re: Cristianismo, verdade e relativismo
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 14 de July de 2006 23:45

Miguel

Para ti o homem é o centro do universo? ...

Pontosvista

Diz-me se cheguei a uma conclusão correcta?
A conclusão é esta: tu és juíz e estás com problemas em saber o que fazer com o governante do país...recorrer ao tribunal de Haia...e como tens dúvidas procuraste arranjar jurados... que somos nós... depois lá se verá...

Qual a razão pela qual não indicas o País? Estas coisas não são segredo de ofício. São coisas públicas...

Introduziste um dilema aqui no fórum, de um modo disfarçado?... Responde se quiseres.

Quanto ao aborto foste tu, numa das tuas intervenções, que fizeste a comparação....

Re: Cristianismo, verdade e relativismo
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 15 de July de 2006 00:20

Citação:
Para ti o homem é o centro do universo? ...

A glória de Deus é o homem vivo. Jesus viveu, morreu e ressuscitou para que os homens fossem felizes. Para mim é nítido nos Evangelhos que o que Deus quer é a felicidade dos homens e não ser obedecido só por isso.

Citação:
A conclusão é esta: tu és juíz e estás com problemas em saber o que fazer com o governante do país...recorrer ao tribunal de Haia...e como tens dúvidas procuraste arranjar jurados... que somos nós... depois lá se verá...

Talvez não andes longe da verdade...

Citação:
Qual a razão pela qual não indicas o País? Estas coisas não são segredo de ofício. São coisas públicas...

Para mim as questões éticas devem ser discutidas em abstracto. Mas pergunto: o nome do país alteraria o teu posicionamento sobre o valor moral das leis do país e da actuação do soberano?

pontosvista

Re: Cristianismo, verdade e relativismo
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 15 de July de 2006 23:07

Pontosvista

A minha posição seria a mesma.

Perguntei por achar isto estranho...

Perguntei-te, claramente, se era um dilema. Não respondeste.

Re: Cristianismo, verdade e relativismo
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 15 de July de 2006 23:14

Citação:
Perguntei-te, claramente, se era um dilema. Não respondeste.

Não respondi porque não percebi bem qual era a questão.

pontosvista



Editado 1 vezes. Última edição em 15/07/2006 23:14 por pontosvista.

Re: Cristianismo, verdade e relativismo
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 15 de July de 2006 23:16

A questão era a que tu colocaste: a das letras P, X, Y, M...não sei se há mais alguma letra... ou não sabes o que é um dilema?

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