Má utilização da palavra vocação, quanto à sua raiz etimologica que deriva do latim vocare - isto é chamar, chamamento. Como um chamamento requer duas pessoas, uma que chama e outra que ouve e responde ou não ao chamamento, a profissão não pode ser vista como uma vocação.
Desde os anos 80 que existe em Liboa, um Centro chamado, "Instituto de Orientação Profissional. Nele, alunos faziam testes que depois de trabalhados por psicologos davam uma orientação profissional do aluno. Já nos anos 80 se sabia que não era Instituto de oraientação vocacional......
A lingua portuguesa é muito traiçoeira....

Será que Cristo não chama também cada um de nós para as suas vocações particulares? Parece-me semanticamente muito restritivo defender que vocação se refere apenas à vocação sacerdotal... restritivo e linguisticamente incorrecto... já aqui disse que a etimologia é uma coisa... outra coisa é a semântica das palavras na sua língua própria de utilização... a etimologia enriquece a semântica; mas não a restringe. Esse é um entendimento que me parece linguisticamente incorrecto.

Abraço fraterno

Miguel

Exactamente, Miguel. Era essa precisamente a minha ideia.

SE cada um de nós tem os seus próprios dons e talentos que deve colocar ao serviço dos outros e ao mesmo tempo realizar-se pessoalmente em todas as suas dimensões, será assim tão errado considerar que existe uma chamamento ou uma vocação relativamente ao exercício de uma actividade profissional?

Não existirá uma espécie de "chamamento" e de discernimento interior relativamente ás nossas escolhas profissionais e ao nosso lugar no mundo?

Ao ler a partilha da Tony ( que gostei muito) e ao pensar no meu próprio percurso pessoal ( limitado, incompleto e sempre em busca da plenitude) pensei precisamente nisto...

Saudações

Pois é....
Só que as palavras são o que são e não aquilo que queiramos que elas sejam.
Se queremos rigor é assim. Ser padre não tem ver com geito para, porque ninguem tem mais ou menos geito para celebrar missas ou fazer funerais. Como já referi anteriormente, apesar de ser um importante momento catequetico, a homilia não é a parte mais importante dos sacramentos.
Volto a referir que o verbo Chamar, requer dois elementos - o que chama e o chamado.
Apelos intimistas no interior para fazer qualquer coisa ou sao de Deus, o da vontade humana. Se é um gosto ou um geito humano, podem chamar-lhe o que quiserem. Até podem chamar batata.
Daí a sê-lo.......

Que falta faz preparação linguística teórica nos seminários... com que então as palavras são o que são e não o que nós queiramos que elas sejam???? Isso é negar toda a conotação... isso é negar toda a evolução semântica e a semântica como disciplina... Por que razão um jeito/gosto humano não tem origem divina? Por que razão esse não é um talento que eu devo colocar ao serviço dos outros, por exemplo, como carpinteiro, professor, médico, etc... sinceramente não percebo porque razão Deus há-de estar calado em relação a chamar toda a gente e só chama os padres... é que Deus chama a todos a pôr os seus talentos ao serviço dos outros... a desenvolver esses talentos e a utilizá-los ao serviço dos outros... chamamos a isso vocação... batata não me parece apropriado... nem sequer a etimologia ajuda...

Desculpa miguel.... mas esta é digna da antologia do disparate.
Alguem aqui referiu que não se deve por os talentos a render para o reino de Deus?
Não?
Pois, é que não mesmo.
Esta é uma falsa questão apenas para entreter.Tipica da formação de algumas congregações religiosas, ai os noviciados........e os mestres de noviços...

não percebi qual o argumento...

Quando dizemos que alguém tem "vocação" para o que quer que seja significa que esse alguém não faz aquilo apenas por necessidade, mas que se transcende naquilo que faz.

Independentemente de ser padre, médico, carpinteiro ou agricultor. Nasceu para aquilo, dizemos nós.

Mas isto não significa ter recebido um bilhete de Deus a dizer: Queiras ou não queiras, hás-de ser bombeiro voluntário.

Significa isso sim que descobriu aquilo que na realidade devia fazer. O que é um discernimento racional sobre o seu próprio "imperativo categórico", aquilo que deve absolutamente fazer.

É óbvio que quem tem uma espiritualidade mais à flor da pele, como é o caso dos sacerdotes, sente um chamamento de uma forma muito mais profunda que muitos outros.

Mas o chamamento que é geral, universal, não é ao sacerdócio, mas à santidade.

O sacerdócio é uma forma, uma das mais abnegadas, de responder a esse apelo.

Não é a única, e não é da "responsabilidade" de Deus: a resposta positiva e a responsabilidade da escolha, livre e consciente, é do sacerdote.

E a universalidade do chamamento é um facto. É que o apelo à santidade e a resposta positiva a esse apelo é que conduzem à Salvação.

E a Salvação não é só para alguns. Nem Cristo é "património exclusivo" dos Cristãos.

Como devem calcular as expressões que utilizei não pretendem ser lidas literalmente. Coitado do Kant que rebolava na tumba... :o))

João (JMA)

Acabei de ler num jornal católico desta cidade, que 2 sehores viúvos de 50 e 60 anos respectivamente, com filhos e netos acabaram por se formar sacerdotes. Já estavam envolvidos na igreja, no tempo que eram casados. Um deles, era professor e gestor de uma escola católica. Portanto, por aquí ainda há vocações, gente nova ou velha, mas há vocações. Mas estes não são os primeiros, já houve mais!

Tudo se aproveita, tal é a carência...

Pelo menos são padres com todos os sacramentos, são mais completos! :) e estão habituados a obedecer...

Catolicapraticante,

Qual é o problema de se ordenar um homem viúvo? Se tem todos os requisitos para ser um bom padre, a única objecção que eu encontro é não ter sido ordenado mais cedo, mesmo que nessa altura fosse casado (e não fosse viúvo).

Conheço alguns homens com uma longa experiência de vida, que dariam bons padres. Alguns já estão reformados, mas com boa saúde. Alguns estão a preparar-se para serem diáconos. A questão que normalmente não se coloca quando se fala do celibato dos padres, é que ninguém quer obrigar os padres a casar (eu acho que um padre não se deveria casar), devemos sim é poder ordenar homens casados.

Luis

S. João Damasceno
649 - 749

Nascido na Síria, gozava de uma situação estável e prestigiosa no mundo, pois era prefeito de Damasco e homem de confiança do califa. Por amor a Jesus Cristo renunciou a tudo, distribuiu aos pobres sua fortuna e ingressou no convento de Sabas, perto de Jerusalém. Teria então cerca de 70 anos!

Foi ordenado padre com mais de 80 anos!

Combateu a heresia iconoclasta, que pregava a destruição das imagens religiosas, escrevendo três livros para refutá-la. Escreveu também um tratado famoso, sobre a fé e a ortodoxia dos Padres gregos. É considerado o último dos grandes Padres da Igreja do Oriente.

Morreu quase centenário, depois de uma vida cheia de méritos e bons exemplos.



Foi tarde mas ainda foi a tempo de ser um dos grandes Santos e Doutores da Igreja. Deus aproveita tudo e com fracos instrumentos faz magnificas obras.

Luís

Compreendo o que dizes em relação aos homens casados se tornaram padres, mas então qual é a diferença, de se tornarem padres depois de casarem ou já serem padres e casarem depois?

No dia 28 de Maio estive numa festa social onde estava um seminarista, que tirou Gestão de Empresas e tirou também o Mestrado não me lembro em quê e este ano entrou para o seminário e está a tirar Teologia. Quer ser padre, of course. Um rapaz alto bonito, que muitas certamente o cobiçavam, mas...

....mas a voz de Deus ecoa mais alto!


Luís

Não te esqueças de me explicar melhor o que queres dizer em relação à ordem de homens casados, fiquei com a ideia de que aprovas esse segmento e não o seu oposto, o de homens ordenados assumirem o sacramento do matrimónio. Qual é para ti a diferença? Achas que isso faz diferença na vivência prática do dia-a-dia, na forma como se vive a plenitude de Cristo Ressuscitado?

Pois...
Voltamos sempre a dar-lhe! Padres casados, casados Padres. Já aqui foi referido o Padre católico casado, que era Padre anglicano antes de se reconciliar com o catolicismo.
Também conheço um caso de um víuvo, há bastantes anos, que foi ordenado Padre. E, quem o conheceu "antes" e "depois", relatava que indo ele no comboio Lisboa-Porto, "fardado" à padre, em amena cavaqueira com duas senhoras de idade, companheiras ocasionais de viagem, que comentavam com ele os feitos dos filhos, arregalaram os olhos e cortaram a conversa, quando ele disse: pois, os meus filhos também...

Abraço Fraterno

olá

onde anda o Padre João Luís? gostava de lhe colocar uma pergunta sobre este asunto!

Padre Joooãããoooooo!

Lisboa, 1º fev (RV) -


A crise de vocações "é uma crise cultural" que se
reflecte em vários âmbitos, que vão desde "a crise da vocação ao matrimónio,
à vida política, à vida sindical e até à vida associativa". Foi o que
afirmou o Bispo de Viseu, Portugal, Dom António Augusto dos Santos Marto,
numa reflexão aos sacerdotes e agentes da pastoral, sobre a problemática
das vocações.

Dom António afirma que a crise cultural deriva da "cultura reinante da
incerteza e da confusão causadas pelo relativismo e pelo vazio de ideais,
de valores, de referências e de modelos fortes, que desemboca, por sua vez,
na cultura da indecisão".

Ele acrescenta que "os jovens têm temor, receio e medo de fazer opções e
assumir compromissos fortes, exigentes e duradouros". Essa crise _ destaca
ele _ "repercute também na Igreja".

Numa análise sobre a realidade de sua Diocese, Dom António reconhece que
naquelas comunidades cristãs "reina uma amnésia vocacional", sublinhando
que a maior parte dos nossos cristãos pensa que "a questão das vocações é
assunto do bispo e dos padres".

A problemática vocacional está vinculada à pastoral da comunidade cristã e
_ ressalta o Bispo de Viseu _ "requer uma pedagogia própria", ou seja,
linhas pedagógicas voltadas para a animação vocacional. (MZ)

Agosto - Mês das vocações


No mês de agosto a Igreja olha e reza pelas vocações de todos os tipos. Em sentido geral, vocação é a inclinação da pessoa para determinado ofício ou profissão. Num sentido mais específico, na Igreja, é o chamado, o apelo que Deus faz a cada pessoa para cumprir uma função ou serviço ou missão no mundo. A iniciativa vocacional é sempre de Deus, mas Ele pode se servir das mediações: acontecimentos, outras pessoas. Cabe ao homem escutar, descobrir o chamado de Deus e estar disponível para seguir este chamado, seja ele qual for. O chamado fundamental é o CHAMADO À EXISTÊNCIA: Deus nos chamou à vida e nos criou a sua imagem e a sua semelhança.
Em seguida vem a VOCAÇÃO CRISTÃ: pelo Sacramento do Batismo, a pessoa é chamada a seguir Jesus Cristo, vivendo unida a Deus como filho e aos outros como irmãos, formando a família de Deus que é a IGREJA. Esta é a vocação cristã fundamental que é válida para todos os cristãos indistintamente. Além da vocação fundamental à existência, os cristãos têm, cada um uma VOCAÇÃO ESPECÍFICA, isto é, um é padre, um é leigo, outro religioso, casado, solteiro, etc.
VOCAÇÃO MATRIMONIAL, o casamento, é um chamado bem definido dentro da Igreja. Instituído pelo próprio Jesus Cristo, o matrimônio é uma íntima comunidade de vida e de amor. Para mostrar a importância do Sacramento do Matrimônio e da família, a nossa paróquia celebrou a Iª Semana da Família e o Aprofundamento dos casais do ECC . Além do matrimônio temos a VOCAÇÃO SACERDOTAL: o padre é alguém escolhido por meio do povo e consagrado a Deus para o serviço deste mesmo povo nas coisas que se referem a Deus e a construção do Reino de Deus na Comunidade. Seu papel é continuar a missão de Jesus Cristo, o único e eterno sacerdote. O padre é o representante de Deus junto ao povo e do povo junto a Deus.
Em seguida temos a VOCAÇÃO RELIGIOSA. Religiosos são cristãos que dedicam sua vida toda a Deus e aos irmãos, através da vida comunitária e vivendo a consagração dos votos de pobreza, obediência e de castidade. O grande amor que os religiosos têm a Deus se reverte num grande amor ao próximo especialmente os mais pequeninos, com os quais Jesus se identifica.
Nos dias de hoje se fala muito na Igreja sobre a VOCAÇÃO LEIGA. Leigo é toda pessoa batizada que segue Jesus Cristo na Igreja e escolhe unir e testemunhar sua fé no mundo secular: na família, na escola, nas profissões, na política... O leigo atua não de fora, mas de dentro das várias instituições do mundo como fermento, luz e sal.