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Vocações sacerdotais
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 23 de May de 2005 02:36

Muitos são chamados e poucos escolhidos!

E alguns, nem deviam ser sacerdotes, dizem. Será assim mesmo?

Conheço alguns sacerdotes, que são mesmo uns verdadeiros disciplos de Deus.

Hoje convido-vos a falar de vocações!

Re: Vocações sacerdotais
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 24 de May de 2005 02:16

Antes que este «simples» tópico caia no esquecimento, parece-me que temos aqui uma boa oportunidade para trocarmos algumas ideias sobre este tema, ainda que possamos reformular o «ponto de mira»... A seguir proporei algumas ideias e questões.

Um visitante acidental notará que neste fórum há frequentes «farpas» em relação aos padres (em geral), resultando daí um «retrato-robot» pouco abonatório. Que quererá isso dizer?

Assim, ao correr das teclas, lembro as bem pouco teológicas e menos religiosas questões sobre a roupa interior do padre X; os «boatos» sobre afectos do padre Y; as considerações disciplinares sobre o uso do cabeção (com a questão interessante da visibilidade social dos padres); os casos polémicos dos padres Lereno, Nuno Serras Pereira ou Domingos Oliveira... Lembro também várias referências à má qualidade da generalidade das homilias («Quod scripsi, scripsi»), algumas acusações de prepotência por parte de alguns párocos, referências (cfr. post inicial da Ana) sobre mérito ou demérito do estado sacerdotal...

Também é verdade que tem havido referências positivas ao trabalho esforçado de muitos e bons padres. Possivelmente temos consciência que muitas vezes fazemos «jus» ao «dito» de que «o bem não tem história»...

E entretanto vai-se falando de crise de vocações e da necessidade de promover as vocações sacerdotais (veja-se um tópico antigo, «Padres precisam-se»). A Europa vive este problema de uma forma muito aguda. Como os padres são cada vez menos, o número de comunidades sem Eucaristia dominical aumenta dramaticamente e os padres disponíveis andam numa autêntica correria, um activismo que talvez acabe por dar um fraco testemunho do significado do padre como pastor que preside e atende a comunidade. Com tanto activismo vai falhando o tempo para viver uma espiritualidade mais séria (a começar pela oração), para actualizar-se um pouco a nível teológico, para descansar convenientemente, para viver uma vida humanamente aceitável.

É verdade que muitos argumentam que o problema se resolve com a ordenação de homens casados e com o acesso das mulheres a este ministério ordenado. Contudo, este aspecto da questão já foi largamente discutido noutros tópicos e devemos agora tratar outros aspectos. Sugiro que neste tópico nos fiquemos por aspectos prévios e mais ao nosso alcance (até porque as mudanças que muitos querem ou sugerem não se darão para já).


Tendo em conta o quadro actual de coisas, proponho algumas questões para reflexão e troca de ideias:


1. Que significado tem o sacerdócio hoje na Igreja? Há quem diga que o papel do sacerdote se esvaziou bastante depois do Concílio Vaticano II. Antes, era bem claro o que faziam os padres (tudo ou quase tudo) e o que faziam os leigos (quase nada). O Concílio foi claro na «promoção dos leigos», mas parece não ter desenvolvido suficientemente o significado do sacerdócio ministerial. Há quem indique este factor como determinante no abandono do ministério por parte de milhares de padres depois do Concílio.


2. Existe na Igreja uma consciência real e pessoalmente assumida da necessidade de padres? Parafraseando um certo filósofo, os padres não nascem como os cogumelos. Não são de geração espontânea. Se no passado ser padre poderia significar até uma promoção social e algo bem aceite nas famílias (e muitas vezes as famílias eram grandes), hoje as coisas são bastante diferentes; a pressão social é talvez mais subtil, mas mais forte e geralmente contrária à ideia de promover uma vocação sacerdotal na família. Sobretudo se se tratar de um filho único, caso não raro nas famílias actuais. Quantos de nós temos uma «atenção acolhedora» em relação a uma possível vocação na família? Em que pensamos os cristãos quando rezamos pelas vocações?


3. Que padres queremos na nossa Igreja? Esta é uma questão também importante, que tem que ser feita «desde dentro», isto é, de quem assume a questão das vocações sacerdotais como também uma questão própria. Desde tal perspectiva, há que dizer que os padres também serão o que nós quisermos que eles sejam. E se (ainda) não há este sentido de corresponsabilidade dentro das comunidades é porque há demasiada falta de sentido de corpo da Igreja, ou – que vem a ser o mesmo – porque há demasiado clericalismo: o dos padres e o dos leigos. Outra questão ligada a esta: pode haver promoção vocacional numa comunidade paroquial quando o pároco passa o tempo a queixar-se e a criticar os paroquianos e os paroquianos a criticar o pároco?


4. «Marketing» vocacional? Não me lembro de ter visto algo escrito sobre este aspecto, mas talvez valesse a pena pensar o assunto. As vocações sacerdotais têm que ser estimuladas, acarinhadas e acompanhadas no interior das próprias famílias e comunidades paroquiais e isso é responsabilidade de todos, mas parece evidente que os padres (particularmente os párocos) têm um papel fundamental. Possivelmente eles têm consciência disso (espero), mas não sei até que ponto a correria e o mau humor crónico de muitos párocos são «chamariz» para novos candidatos... Um padre amargurado dificilmente será um estímulo a novas vocações, por muito «marketing» que se faça. E isto leva a repetir um ponto anterior: não basta fazer com que «apareçam» novas vocações. É preciso ajudar a que os «vocacionados», concretamente os padres, vivam bem a sua vocação com alegria. Essa será a melhor forma de atrair novas vocações. E aqui toda a comunidade terá que dar a sua quota-parte... Ao que parece, há muito que fazer, a começar pela necessidade de maior comunhão com o «Senhor da messe»...


Repito o meu convite: façamos deste tópico um lugar de reflexão sobre estas e outras questões, mas evitando a repetição desnecessária do tema de outros tópicos, a saber a ordenação das mulheres e o celibato obrigatório dos padres. É que além desses «lugares-comuns» não falta matéria a «trabalhar». Já sugeri algumas questões. Venham também os vossos contributos!

Alef

Re: Vocações sacerdotais
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 25 de May de 2005 17:33

Descobri há pouco mais de meia hora um interessante programa da TSF (em arquivo), já do passado dia 14 de Maio. Trata-se de uma «grande reportagem» de Manuel Vilas Boas sobre «Os Radicais de Deus». Trinta e seis minutos de grande frescura.

A ouvir, aqui.

Alef

Re: Vocações sacerdotais
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 26 de May de 2005 00:00

Não dispondo de muito tempo, espero escrever mais posteriormente, gostaria de iniciar, por lembrar a primeira palavra do Topico - Vocações. Isto é Chamamentos.
Esta primeira palavra é de uma importancia imensa que coloca no centro do tema, a escolha feita por Deus que chama o homem, e não o homem que decide ser padre e não carpinteiro.
E centra a questão na medida em que coloca o sacerdocio na esfera de uma escolha pessoal de Deus ao qual o homem responde livremente e não uma escolha do ser humano ao qual Deus tem de fazer a vontade. Dado o Sacerdócio ter sido confiado à Igreja - enquanto comunidade orante presidida por Cristo pastor - na pessoa do Bispo, cabe-lhe a ela fazer esse discernimento, isto é de quem é chamado por Deus e quem não é.
Tal horizonte afasta de imediato qualquer pretensão comparar o Sacerdocio a qualquer profissão á qual todos tem direitos, ou inserir o Sacerdócio numa escala de referencia aos Direitos Humanos, uma vez que Deus não consultou a ONU quando instituiu o Sacerdocio na Pessoa do Filho. Como tal, a questão dos direitos humanos e o sacerdocio é uma questão tão pertinente como a do fabrico de queijos e constução da Estação Espacial Europeia.
Apenas toco para já no ponto dois do Alef. As pessoas tem perfeita consciencia da necessidade de padres. Daí não ter diminuido o numero de Baptismos, da quantidade de funerais, dos casamentos etc. As pessoas tem plena consciencia de que o Padre simboliza o sagrado. E quando recorrem à Igreja, recorrem ao padre enquanto homem sagrado.
A Base Cristã, pelo menos em Portugal está latente, e as pessoas sabem quando devem recorrer ao padre.
No pós-concilio, muitos padres perderam o Norte. Leram os sinais à sua maneira. Pensaram a igreja de forma protestantizada, em que o Padre éra um cristão, baptizado como qualquer, apenas com um serviço diferente. No entanto o Concilio deixou-nos a De Presbiterorum Ordinis. E João Paulo II a Pastore dabo Vobis.
È certo após o Concilio as pessoas criaram uma ideia do que seria o "espirito do Concilio" e procuraram novos caminhos que não levaram a nada. Grande parte dos padres deixaram de ver a Importancia do seu ministério, alguns tornarm-se sindicalistas, outros operarios etc.
Creio que essa fase passou,, e que hoje é claro na Igreja o papel do Padre e do Leigo, dado ambos fazerem parte do mesmo povo de Deus, todos chamados à santidade, cada qual segundo o chamamento pessoal feito por Deus.

Re: Vocações sacerdotais
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 26 de May de 2005 00:55

No essencial acho absolutamente redutora a visão que o João Luís aqui apresenta.... além de teologica e pastoralmente problemática... o que se vê na mensagem acima é a ressurreição de uma visão de tendência clericalista... só a ideia do padre como homem sagrado... se não fosse para rir, so me faria chorar... depois a completa redução do padre aos sacramentos... já para não falar dos contínuos erros de latim... enfim... espero ter tempo amanhã para escrever sobre isso...

Abraço fraterno

Miguel

Re: Vocações sacerdotais
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 26 de May de 2005 01:10

Convido o Fraterno Miguel a reler a Pastore Dabo Vobis..... Está lá toda a teologia do Sacerdocio.....
Pode ser que não concordes com ela, contudo é a teologia de sempre da Igreja. E nada tem de redutora.... pelo contrario. Não sobra é muito espaço para certas ideologias, perdão, teologias não é???????

Re: Vocações sacerdotais
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 26 de May de 2005 10:21

Caro João Luís

A encíclica é Pastores dabo vobis... e a visão de que a teologia da Igreja é de sempre é não perceber muito de teologia...

Abraço sempre fraterno

Miguel

Re: Vocações sacerdotais
Escrito por: Aristarco (IP registado)
Data: 26 de May de 2005 11:42

Caro rmcf

Citação:
e a visão de que a teologia da Igreja é de sempre é não perceber muito de teologia...

Podias esclarecer melhor o que quiseste dizer nesta frase?

Já agora, a Pastores Dabo Vobis é uma exortação apostólica e não uma encíclica.

Re: Vocações sacerdotais
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 26 de May de 2005 22:25

Gostava que o caro rmcf me explicasse a etimologia da palavra sacerdote - se não tem a ver com sacrum - sagrado....
Depois gostava que me explicasse a configuração do Sacerdote a Cristo cabeça e pastor da Igreja - que os documentos conciliares tanto falam.
Não sei se o meu amigo se sente um funcionário, da igreja ou que visão tem do seu ministério. Da Patristica, nomeadamente de São João Crisostomo, retive que o Sacerdote é um "Alter Christus", estando na pessoa de Cristo.
Talvez a teologia que lhe ensinaram seja outra, mas isso já não culpa minha.
Depois, a Igreja sempre teve uma ideia muito clara do Sacerdocio, com poucas variantes neste sentido de chamamento. Foi uma teologia muito constante. Que muitos sacerdotes se sintam frustrados no seu ministério e se dediquem a outras actividades, esvasiando o seu sacerdócio a um certo funcionalismo, em que qualquer pessoa o pode exercer, confesso que é lamentavel.
Mas isso já não é culpa minha.

Re: Vocações sacerdotais
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 26 de May de 2005 22:42

Deixo aqui um apontador para a exortação apostólica Pastores dabo vobis.

Luis

Re: Vocações sacerdotais
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 27 de May de 2005 01:11

De facto tenho pouco tempo... é que efectivamente além de professor, onde estou sou um dos responsáveis exactamente pela pastoral vocacional... e isso dá imenso trabalho, garanto...

mas já agora sacerdote etimologicamente não quer dizer 'homem sagrado', mas sim "aquele que torna/dá/oferece coisas sagradas (mais concretamente sacrificios)". É que o João Luís pode ser um excelente pároco, coisa que eu não sou, mas talvez saiba pouco das linguas antigas... e já agora a palavra nao tem origem cultural cristã, mas "pagã", no âmbito da religiosidade romana, onde os sacerdotes eram essencialmente mais outros dos magistrados cívicos do que quaisquer 'homens sagrados', pelo menos no sentido do que o João Luís quer fazer crer... Naturalmente as semânticas poderiam ter mudado e durante largo tempo entre alguns cristãos o vocábulo deve ter assumido assumido a semântica que o João Luís lhe quer dar... de qualquer modo, mesmo com a minha fraca teologia, não me parece que o sacerdote conciliar seja entendido como um 'homem sagrado' (e os outros homens? e as mulheres? não são sagrados? são o quê?); e não fui eu que recorri à etimologia para justificar uma opção semantica... é que é a própria etimologia e o contexto em que a palavra foi inicialmente produzida que recusam esse entendimento.

Quanto ao resto, preparo a resposta... mas, pedindo antecipadamente desculpa, avança com alguma lentidão... não são só os párocos que trabalham pelo Reino... nem a vocação ao sacerdócio se resume à pastoral paroquial...

Abraço fraterno...

Miguel

Re: Vocações sacerdotais
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 27 de May de 2005 10:19

Caro Miguel.

Ficamos todos a aguardar as tuas sábias palavras.


Que Deus te ajude no teu trabalho, tão exigente e tão meritório.

Abraço Fraterno

Re: Vocações sacerdotais
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 27 de May de 2005 13:36

Caro Miguel

Esse discurso de vitimação paroquial é descabido aqui e confesso que não costuma ser habitual teu. Mas confesso ter ficado surpreendido.
Não está em causa qualquer nomeação paroquial. O ministério do Padre não está necessáriamente circunscrito à paroquia.
Quando falo de etimologia, não falo de historia. E todos sabemos que a Palavra Sacerdote não tem é cristã como tantas não o são. Contudo pergunto, qual o seu significado.
Escusado é trazer para cima da mesa de novo - como o Alef referiu - a questão feminina, dado na Tradição Cristã de 19 seculos nunca existiu. Aparece no sec XX em comunidades eclesiais Luteranas e Anglicanas.
O que está em cima da mesa, na discussão, pelo menos da minha parte, é a questão de ser um chamamento de Deus e não uma reivindicação do homem.
Para Alguem que se dedica á pastoral vocacional, certamente que estará habilitado para discutir o assunto.
Podias ter falado sobre isso, em vez das considerações acerca do que eu faço ou deixo de fazer, que é irrelevante.

Re: Vocações sacerdotais
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 27 de May de 2005 14:49

A Vocação seria
"a questão de ser um chamamento de Deus e não uma reivindicação do homem. "

Pergunta simples:

"Como pode o Homem limitar por decreto humano quem é alvo do chamamento de Deus?"


Ai esta Pastoral Juvenil...

Re: Vocações sacerdotais
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 27 de May de 2005 15:32

Como desconhece estas coisas, dado não ser a sua formação, esclareço que não há qualquer decreto humano. Compete à Igreja, discernir a vocação de um candidato ao Sacerdócio. Os responsaveis pela formação nos seminários, os padres por onde os seminaristas vão passando no trabalho pastoral. Por fim o Bispo diocesano, de quem o presbitero será directo colaborador.
É pois a Igreja que faz o discernimento. Não o próprio.
Para quem tem fé, sabe que o Espirito Santo guia a Igreja e os Senhores Bispos nesta tarefa tão dificil.

Re: Vocaçőes sacerdotais
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 27 de May de 2005 16:30


No dia em que abri este tópico, fui convidada para participar num grupo de oração de vocações sacerdotais e de religiosas. Não foi a primeira vez que fui convidada, sempre pela directora do grupo.
Não sei o porquê deste convite...ou porque faz tanta força para eu pertencer a este grupo?

Re: Vocações sacerdotais
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 27 de May de 2005 17:57

Diz o P. João:
Citação:
«Compete à Igreja, discernir a vocação de um candidato ao Sacerdócio. Os responsaveis pela formação nos seminários, os padres por onde os seminaristas vão passando no trabalho pastoral. Por fim o Bispo diocesano, de quem o presbitero será directo colaborador. É pois a Igreja que faz o discernimento. Não o próprio».
•Vale a pena matizar:
- é verdade que qualquer vocação é eclesial (seja ela qual for), e por isso passa necessariamente por mediações, pelo que é problemático o discurso do «direito» à vocação;

- contudo, dizer que «É pois a Igreja que faz o discernimento. Não o próprio» é inexacto. Porque o discernimento é um processo que começa pelo próprio «candidato». A própria noção de candidato implica que o próprio também tem uma quota-parte imprescindível do discernimento. Pode o bispo querer ordenar alguém; se este alguém não o quiser, o bispo nada pode fazer...

- o texto do P. João parece implicar que os que entram no dito discernimento são todos membros do clero ou, pelo menos, não faz qualquer referência aos leigos. E estes também têm (ou devem ter) uma palavra a dizer, nomeadamente no que diz respeito à avaliação do candidato. E, se bem me lembro, isso mesmo é referido no Rito da Ordenação, quando se diz: «ouvida a comunidade cristã» ou expressão semelhante. Teoricamente, pelo menos, o bispo não pode prosseguir o Rito da Ordenação se alguém se manifestar publicamente contra a ordenação de determinado candidato, apresentando alguma razão importante.


•Falou-se por aqui de pastoral vocacional. Também valeria a pena pensar no que significa isso. Será a pastoral vocacional simplesmente o esforço ou o conjunto de campanhas para recrutar «seminaristas»? Se assim é, algo deveria ser repensado. Não deverá ser toda a pastoral de alguma forma vocacional? O trabalho com leigos, para que sejam bons leigos, não é também uma verdadeira pastoral vocacional?


•Tem havido também por aqui referências à expressão “alter Christus” aplicada aos sacerdotes como «distintivo» e muitas vezes se fala do padre como «representante de Deus». Tenho algumas reservas em relação a este tipo de nomenclatura... No que diz respeito ao “alter Christus”, não me parece que tal título se deva exclusivamente ao sacramento da Ordem, mas ao do Baptismo, comum a todos os cristãos. A expressão «christianus, alter Christus» é atribuída a S. Cipriano (séc. III), que viveu ainda antes de S. João Crisóstomo (séc. IV), que também terá usado a mesma expressão e/ou ampliado: «christianus, alter Christus; sacerdos, alter Christus». Evidentemente, o sacerdote é também um «alter Christus».

Alef

Re: Vocações sacerdotais
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 27 de May de 2005 23:43

O Alef tocou num tema que me parece necessário aprofundar quando fala de pastoral vocacional. Quando se fala de vocações, habitualmente fala-se de vocações consagradas. Mas tal é bastante redutor. Pelo Baptismo somos todos chamados à santidade. É essa a vocação de todo o cristão. Um dos problemas da nossa Pastoral é precisamente de não apontar a vida Cristã, ela mesma como uma vocação. Toda a pastoral deve ser assim vocacional. no sentido em que ajuda todo o Baptizado a descobrir o seu papel na Igreja, aquilo a que Deus chama cada um.
Muitas vezes apresenta-se a vocação, como sinal de consagração, o que é falso. Depois, não se apresenta a vida cristã como uma vocação. Muitas vezes e em muitos sitios, fala-se de vocações na semana dos seminários ou na semana das vocações. As vezes a vocação sacerdotal aparece como uma coisa estranha, em que o normal é toda a gente casar e ter filhos. Depois há uns malucos que vão para padres.
Os nossos manuais de catequese refletem esta realidade. Em lado nenhum se apresenta a vocação sacerdotal como um chamamento à santidade como qulquer outro.
Quando o Alef fala do papel da comunidade, falei pouco mas falei indirectamente. A comunidade que o apresenta, as comunidades por onde vai passando na sua formação são indispensáveis. Tanto mais que são mandados inquéritos rigorosos às paróquias por onde os candidatos passaram. Depois quando fala do proprio, não falei nisso porque me pareceu demasiado obvio. Nenhum sacramento é valido se não recebido livremente.
Quanto ao Alter Christus, perfiro o entendimento de São João Crisostomo e que o Vaticano II recupera ao falar do Sacerdote configurado a Cristo Cabeça e Pastor da Igreja, não esquendo que todos os Baptizados estão configurados a Cristo Sacerdote, profeta e Rei. Contudo, o Sacerdote, alem de estar configurado a Cristo Sacerdote, profeta e rei, está tambem como cabeça e pastor.
Lembro Santo Agostinho quando diz que "Para vós sou Bispo, mas Convosco sou Cristão"
Ser padre não é um mais, não é ser melhor ou mais que o leigo. Ser padre é responder a um chamamento especifico tal como o leigo deve responder ao seu chamamento.
As estruturas da Igreja são cada vez mais colegiais, nomeadamente nas paroquias onde o pároco é tem uma série de conselhos que o assistem e ajudam a decidir.
Há que afastar de vez o discurso de que o sacerdócio é um poder, mas reafirmar que é um serviço.
Grande parte das discussões em torno do acesso ao Sacerdocio nascem desta concepção errónea de que é um poder, que urge tomar de assalto a qualquer custo.

Re: Vocações sacerdotais
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 28 de May de 2005 01:39

1. Falar da vocação é falar de todo o ser cristão… todo o cristão entra nessa categoria ‘especial’ de chamado… porque é a todos que Deus chama a segui-lo, não tenhamos disso qualquer dúvida… É por isso que falar apenas de padres, frades ou freiras, quando se fala na Igreja em vocação e em pastoral vocacional é naturalmente, se não erróneo, pelo menos muito redutor. Em certo sentido, claro que o Alef tem razão: toda a pastoral e toda a vida de qualquer cristão deve ser vocacional no sentir de suscitar nos outros a descoberta do chamamento que Deus continuamente nos faz. Quando normalmente falo sobre vocações, um dos textos que naturalmente uso (eu e para aí 99% de quem fala do mesmo tema) é o do chamamento dos primeiros discípulos nos sinópticos. Cristo, o próprio Deus Encarnado, passa por aqueles homens e chama-os a segui-los. E eles abandonam imediatamente as redes e os barcos. S. Mateus, por exemplo, procura mostrar claramente que o chamamento de Cristo não deve ter senão esta resposta: a do seguir os seus passos… e que quando Deus chama não é para amanhã ou depois… é para agora, para já… E Deus chama e chama continuamente sempre e sempre de novo em toda a nossa vida... é isso que quer dizer vocação: chamamento. Por isso uma pastoral vocacional é uma “pastoral do chamamento”… todo o ministério da próprio Igreja é um ministério de chamamento. E a que nos chama Cristo? A segui-lo… sem nunca impor o chamamento; Cristo, que é o Caminho, a Verdade e a Vida, chama o homem a segui-lo… a segui-lo em profunda liberdade… Não há uma receita para saber que Deus nos chama realmente, ou a que é que Deus nos chama… eu não gosto de eliminar totalmente a ingenuidade deste caminho, um pouco como Samuel: por vezes não percebemos que é Ele que nos chama… outras, julgamos que nos chama a uma coisa, que afinal não é… e porquê? Porque o nosso Deus não é um Deus de espectáculo ou de todo-poder no nosso sentido de poder… pelo contrário, torna-se invisível perante a nossa liberdade… somos nós que, de algum modo, temos de descobrir o seu chamamento… e de descobrir os «comos» na nossa vida… o «como» está relacionado com a palavra «Conversão»… é que a descoberta do chamamento de Deus deve levar a uma mudança de vida… um bom sinónimo de Cristão é ‘Aquele que mudou de vida [seguindo a Cristo]’… não há ainda cristão quando tudo na sua vida fica igual… a descoberta de que na nossa vida há coisas que não são perfeitas já é ser de algum modo um pouco cristão… a descoberta de que é possível mudá-las é já ser um pouco cristão… o começar a mudá-las, mesmo lentamente, já é ser um pouco cristão… mas não me parece tão cristão quem se recuse a fazê-lo… Portanto: Deus chama a todos a segui-lo… isto é, a mudarem a sua vida… e não uma só vez ao longo da vida, mas continuamente, porque não há essa coisa de conversão de uma vez por todas. Cabe, pois, a cada cristão, descobrir a que é que Deus o chama: como celibatário ou casado; na comunidade cristã, como catequista, consagrado de forma ‘especial’ (como as freiras ou frades) ou ordenado; através das mais variadas profissões e serviços, no trabalho paroquial, na contemplação, etc… Com algumas ideias: ao que quer que Deus chama, isso é sempre fonte de felicidade; Deus não nos chama a sermos infelizes: se nos chama a casar, é para descobrirmos no casamento a felicidade em Cristo, e assim por diante. Depois, quando Deus chama, não chama ao impossível… porque nos dá com o chamento a sua Graça, pela qual, mesmo o que parece impossível ou um fardo demasiado pesado se torna possível.


2. Neste sentido, todo o cristão e não apenas o Padre é de facto um ‘alter Christus’. Claro que a tradição sempre preferiu enfatizar esta última relação, já que na Eucaristia o Padre surge perante os fiéis ‘in persona Christi’. Não é no entanto este o pensamento mais global, que se generaliza sobretudo na Idade Média; penso que o pensamento mais generalizado entre os Padres da Igreja, e salvo erro, seria antes de que seria o Bispo sobretudo o ‘alter Christus’, que surgia como uma espécie de ‘representação’ da paternidade e do pastoreio de Deus. Acrescente-se ainda que todo o Baptizado se torna membro de um ‘povo de Sacerdotes, Profetas e Reis’ … E este carácter sacerdotal é conferido a todo o Cristão pelo baptismo, o primeiro dos sacramentos da Vocação cristão. Nesse sentido, todos somos ‘alteri Christi’, porque configurados à sua imagem, porque CHAMADOS a sermos sua imagem na terra, nós, todos os baptizados, independentemente do sexo, da cor ou do estrato social’. Todo o cristão é a representação tangível do sacerdócio de Cristo, através do baptismo em Cristo. O sacerdócio ministerial, também ele sacramental, surge assim como uma vocação diferente dentro deste sacerdócio ‘geral’ a que todos somos chamados. Não são apenas os padres que são chamados a ‘tornar sagrado’ o que não o é… todos somos chamados a transformar a nossa vida, a ‘sacralizar’ os nossos frutos e a oferecê-los [i.e. a nossa vida] a Deus. Tal como não é apenas apenas o Padre que oferece o sacrifício eucaristico: de facto, é toda a Igreja, isto é todos os Baptizados reunidos em assembleia, que o oferece. Neste sentido, o Sacerdócio como ministério ordenado surge como espécie de vértice sacramental do sacerdócio da Igreja. Não é por si próprio que ele está no altar mas com todo o Povo de Deus. No altar, ele é de facto ‘alter Christus’, ao serviço na Eucaristia, onde se alicerça a Igreja e em torno da qual ‘se constrói a comunidade do Povo de Deus’. Mas é-o também com todos os leigos, através do baptismo, e não à parte deles nem apenas por si próprio. É por isso que o Padre, e é importante que os que se propõem ao sacerdócio compreendam plenamente isso, não surge exactamente como intermediário entre Deus e os leigos, mas encontra-se COM os leigos na oferta e memória do sacrifício de Cristo. De algum representam naquele momento o próprio Cristo, mas não como homens sagrados per se. Daqui poderia reflectir sobre o papel da mulher, mas sigo o apelo do Alef, que me parece pertinente… mas hei-de voltar a isso…


3. A Ordem é um sacramento. Por ele, os chamados a seguirem desta forma Cristo, são chamados a uma aventura; não melhor, nem sequer de forma absolutamente mais ‘próxima’; em última instância, todos os casados são chamados a seguir Cristo de uma forma tão radical como qualquer padre. O Sacerdócio dito ministerial surge como uma vocação diferente: é que a Igreja é um mistério, a testemunha da acção salvífica que Deus realiza no mundo, pelos homens e através dos homens; à semelhança de Cristo e dos apóstolos, Deus realiza esta acção no mundo através destes homens que são chamados ao sacramento da Ordem [que não tem por que, julgo eu, ser incompatível com o matrimónio, embora a coisa seja mais complicada porque há como que uma espécie de graus no sacramento da ordem, que é recebido, ‘em plenitude’ pelos Bispos]. O Sacerdócio é antes de mais um SERVIÇO; quem é padre, como qualquer outro cristão, deve procurar viver a sua vocação ao serviço dos outros, como Cristo. Neste caso, o sacerdote está ao serviço de toda a comunidade cristã, na missão e no mistério que é a Igreja. O mesmo pode ser dito para todo o baptizado, também ele próprio consagrado ao serviço da Igreja de Cristo, enviado a levar a todos e a viver com todos o Evangelho. De qualquer modo, o serviço ordenado é um dos serviços concretos a que um baptizado pode ser chamado dentro da Igreja, que remontará ao próprio Cristo, como Sumo-Sacerdote, e aos Apóstolos, que o próprio Cristo chamou para servirem de forma directa a sua Igreja, na sua construção/ensino, santificação e orientação. É neste sentido que o Sacerdote surge como sinal/signo visível dos Apóstolos e do próprio Cristo, como cabeça do Corpo que é a Igreja. Poderei desenvolver noutra altura esta missão do padre mas para já penso que é suficiente.


4. Penso que o problema hoje das vocações se relaciona directamente com algumas das coisas que disse atrás.

4.0 Claro que não há na sociedade uma propensão especial para o sacerdócio: a maioria das famílias não gostaria de ter filhos padres, especialmente em famílias com poucos filhos; a própria sociedade não atribui hoje, e em certo sentido ainda bem, o destaque social outrora conferido aos padres; os padres deixaram de ser únicos detentores de um saber que agora, até com a fraca formação que muitos deles têm, é partilhado e concurrenciado pelos leigos; a fraca qualidade humana e intelectual de muitos dos candidatos ao sacerdócio (é um facto; só não vê quem não quer; há naturalmente também muitas e excelentes excepções) afasta outros e não reproduz socialmente o modelo; a péssima imagem que muitos padres dão da sua própria vocação; etc etc.
De qualquer modo, estas são razões menores e algumas delas ainda bem que existem… Para mim as principais são mais gerais:

4.1 A falta de confiança em Deus e em si próprio: quantas vezes me deparo com esta dúvida? Acho que sempre… muitas vezes em mim próprio. Por isso gosto tanto do Salmo 22: ‘O Senhor é meu Pastor, nada me faltará’… e são tantas as vezes em que na vida quotidiana de um sacerdote ou de um noviço por exemplo, que me diz mais respeito, e depois na vida de padre ou de consagrado surge esta dúvida: ‘Nada me faltará?’ E por vezes parece faltar mesmo… ou se calhar falta… é aí que a oração e a vida comunitária, nos casos que acompanho, desempenham todo o seu papel: é aí que se realiza o Amor de Deus nas nossas vidas. De certo modo, o que se tem de desenvolver por exemplo no noviço é essa descoberta: a de que mesmo sozinho, de facto, o cristão nunca está realmente só, porque é habitado por Deus, que o chama continuamente… Não há constância na vocação, isso posso garantir, sem uma experiência de oração e de comunhão com Deus. E, no entanto, quanto alegria na descoberta contínua de Deus na minha vida, todas as manhãs… é essa descoberta que pode permitir um sim para toda a vida… Há também um texto bíblico de que gosto muito: aquele em que Pedro, no meio das ondas da tempestade, e contra toda a razão, se atira da segurança do barco para ir ter com Jesus, que caminha sobre as águas… é assim a vida de todo o cristão… mas sobretudo, julgo eu, de forma mais dramática, a de todos os que procuram seguir a Cristo como consagrados ou padres. Ao medo de sair do barco, que é a segurança aparente da vida que a sociedade nos oferece (e que no entanto está em risco de soçobrar perante a tempestade), sobrepõe-se o desejo de arriscar tudo, e de saltar do barco, das nossas seguranças, na direcção de um Cristo, que ao longe muitas vezes nem vislumbramos bem, nem distinguimos de uma qualquer alucinação. Mas é essa a vida também do padre, do frade ou da freira: por vezes sem vislumbrar plenamente o caminho, atiram-se do barco e caminham para Cristo… muitas vezes terao dúvidas no seu caminho… muitas vezes… mas ao medo que sentimos de saltar do barco sobrepõe-se apenas a confiança: a de que perante o grito de socorro, Cristo, ‘nosso cajado e amparo’, não nos abandonará… É difícil viver isto? É… mas a descoberta da sua certeza é de uma alegria indizível… e fonte de vida… Por que há hoje menos vocações? porque as pessoas têm medo de não aguentar, de as suas forças não serem suficientes (nunca são), de Deus não ser suficientemente forte para as ajudar… Há um ícone russo em que o Cristo Ressuscitado vem libertar Adão e Eva dos Infernos… Cristo puxa Adão pelo pulso, não pela mão… é que o pintor do ícone vai mais longe ainda do que o Evangelista: Cristo está lá sempre… mesmo sem nos apercebermos ou fazermos o gesto de o tentar agarrar a Ele pela mão…

4.2 O problema do celibato/castidade. Esse é indiscutivelmente um problema e não vale a pena mascará-lo. Para alguns não… é justo reconhecer que, nos casos que conheço, há homens e mulheres para quem o problema praticamente não se coloca ou não se coloca de todo… mas esse é um problema para muitos, e, ao contrário de muitos outros, eu julgo mesmo que os seminaristas/noviços não devem fugir das possibilidades da ‘tentação’ (também não digo, claro está, que as devam procurar)… elas surgirão ao longo de toda a vida e é bom que a pessoa esteja consciente disso e da dificuldade que acarreta o celibato… Essa é também uma das razões pelas quais não há mais sacerdotes…

4.3 O mau entendimento da própria natureza do sacerdócio. Entre os já poucos que procuram o sacerdócio, muitos há que não o fazem, julgo eu, pelas melhores razões. Entre os que nunca pensaram seriamente no sacerdócio, há os que o fazem porque têm dele uma imagem distorcida; por fim, entre estes, há os que, descobrindo no sacerdócio a ‘verdadeira’ face de Cristo, decidem abandonar tudo e segui-lo… O problema é mesmo este: que imagem têm os Cristãos de Cristo? E que imagem dá o padre de Cristo… não me parece que se consigam mais e sobretudo melhores padres se a imagem do Padre for a daquele que governa, que pode, que manda, que dirige, que tem uma espécie de poder ‘mágico’ não partilhável. Se alguém vem ter comigo a dizer que quer governar, poder, mandar ou dirigir, ‘vai pelo caminho por que veio’… se alguém me vem dizer que quer ser padre para estar na missa à frente de todos como Cristo e as suas ovelhas, também torço o nariz, porque me pergunto se essa é realmente a razão… se por trás está o sentido de serviço ou de preeminência numa comunidade… se por trás está o sentido da presidência da mesa ou do servidor da mesa… E aí há muita catequese a ser feita… É importante que os sacerdotes e outros consagrados compreendam plenamente que vêm para AMAR e SERVIR… e dar a outra face; e ser pelo seu exemplo, de facto, um ‘outro Cristo’… como qualquer cristão…


5. Relacionado com este está a ideia que muitos padres têm de que apenas os ordenados são os únicos intérpretes autorizados e definidos da mensagem cristã… este é um problema, na própria imagem que o padre oferece do sacerdócio, porque de facto o padre está hoje muito longe de ser um primor de formação teológica, humana e escriturística… já os apóstolos não compreenderam tudo, e ainda na Assunção andavam a perguntar quando iria ser restaurado o Reino… o próprio Pedro, depois de lhe serem entregues as “chaves” do Reino, continua a querer livrar Jesus da sua Paixão e nega Cristo 3 vezes… gente lente de raciocínio e imperfeita… ora os padres e todos os cristãos são configurados sobre estes homens tão imperfeitos que o próprio Cristo escolheu… é neste sentido que não compreendo a teimosia de muitos em se arvorarem em donos da verdade e em julgadores das intenções alheias, que só dificultam, de facto, toda a pastoral vocacional… é importante que a formação dos padres não assente neste complexo de superioridade do padre e da sua sabedoria sobre os leigos, como depositários e intérpretes maiores da verdade… esse depósito é confiado também à Igreja no seu todo e não se resume apenas à doutrina mas a todas as ‘práticas cristãs’… nesse sentido, a confiança nos leigos, e não a tão comum desconfiança, e nas suas capacidades deve ser julgo eu particularmente estimulada…


6. Já estou um pouco cansado de escrever, é tarde e tenho de me deitar… espero que não tenha melindrado ninguém… gostava de dar aqui um testemunho muito pessoal sobre o tema… falta-me dizer muita coisa… mas não sei se consigo para já… de qualquer modo, obrigado a quem teve a pachorra de ler… e naturalmente estou pronto para a conversa…

Abraço fraterno
Miguel

Re: Vocações sacerdotais
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 28 de May de 2005 01:41

Li tudinho Miguel
Apenas estou cansado e vou dormir tb. No essencial não diferimos muito afinal....
Apenas nalgumas coisas. Não sou tão critico quanto as vocações e a formação que conheço.
Quanto á formação intelectual, de facto o que a UCP de lisboa nos dá.....não chega para nada. ´Fraco, fraquinho.
Os seminários vão compensando...

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