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Re: Vaticano II: uma lufada de ar fresco na Igreja, há exactamente 40 anos!
Escrito por: João Leal (IP registado)
Data: 24 de March de 2004 15:17

Peço desculpa pela pergunta, mas o que significa a sigla FSSPX?

João Leal


Re: Vaticano II: uma lufada de ar fresco na Igreja, há exactamente 40 anos!
Escrito por: PedroB (IP registado)
Data: 24 de March de 2004 15:42

FSSPX significa Fraternidade Sacerdotal S Pio X.

É a congregação fundada pelo Arcebisto Lefevre que não aceita as alterações do Concilio Vaticano II.

Em 1992 (salvo erro) sagrou juntamente com um Bispo Brasileiro ( Castro Mayer) 4 Bispos sem a autorização do Papa e foi excomungado juntamente com o Bispo Castro Mayer. Em 2002 foi feito um acordo entre os Padres Brasileiros seguidores de Castro Mayer e os padres voltaram a estar em comunhão com Roma tendo aceite o Concilio Vaticano II. Roam nomeou entre eles um novo Bispo que juntamente com os Padres em causa estão autorizados a celebrar o Missa dita Tridentina. A FSSPX continua em desobediencia em relação às autoridades legitimas de Roma.

Pedro B

Re: Vaticano II: uma lufada dear ar fresco na Igreja, há exactamente 40 anos!
Escrito por: VMTH (IP registado)
Data: 25 de March de 2004 12:56

Caro PedroB,

Os meus mais sinceros parabéns pelas suas recentes intervenções!
Admiro a sua ponderação, objectividade e procura de consensos!
Parabéns!
É dos poucos que nunca me atacou pelas minhas posições, legítimas, fruto do meu catolicismo, que acabam invarialvelmente por ser catalogadas como "cismáticas", ou "fundamentalistas", e dos poucos (à excepção do J. Avlis) que me consideram como parte integrante da Igreja Católica! Obigado!

De facto, como diz num dos seus textos acima, a Missa de S. Pio V (Missa Tridentina) para quem nela participa, facilmente verifica que tem uma vivência com mais espiritualidade que a missa "Novus Ordo" em lingua vernácula pós-Concílio!
Fico-lhe grato até por ter referido a sua própria experiência em França, onde a Missa Tridentina (Missa pré-Concílio) tem vindo a ganhar cada vez mais fiés, principalmente jovens!

Reconheço que a "aventura" do Concílio Vaticano II, nos anos 60, por trazer "ar fresco" demasiado à Igreja, tendo esta ainda não recuperado da "constipação" (esperemos que não seja "gripe"!) que apanhou!!!

Sou católico, apostólico, romano, e sem dúvida alguma, reconheço em Joaõ Paulo II, o legítimo Vigário de Cristo na Terra!
Se frequento a santa Missa Tridentina na capela da FSSPX é porque infelizmente não temos em Lisboa uma Missa Tridentina sob alçada da Comissão Ecllesia Dei!
Fico muito satisfeito em saber que o PedroB faz parte de uma comissão de leigos que já solicitou ao Patriarcado essa Missa.
Olhe, quero muito sinceramente lhe dizer, que gostaria de me unir aos vossos esforços! Teria muita honra!

(só um reparo: na sua última mensagem, diz que a excomunhão do Arcebispo D. Marcel Lefèbvre foi em 1992. De facto a excomunhão ocorreu em 1988. D: Marcel Lefèbvre faleceu em 1991!)

STAT CUX DUM VOLVITUR ORBIS!


Um abraço a todos,
VMTH

Re: Vaticano II: uma lufada de ar fresco na Igreja, há exactamente 40 anos!
Escrito por: . (IP registado)
Data: 25 de March de 2004 21:56


O Vaticano II foi a pior desgraça já acontecida na Igreja. Deixou-se de pregar e fazer discipulos para fazer ecumenismo. Onde já se viu... a verdade fazer "teatrinho de amizade" com o erro, com a mentira?

"Que compatibilidade pode haver entre Cristo e Belial? Ou que acordo entre o fiel e o infiel?" (2Cor 6,15)

"Como conciliar o templo de Deus e os ídolos? Porque somos o templo de Deus vivo, como o próprio Deus disse: Eu habitarei e andarei entre eles, e serei o seu Deus e eles serão o meu povo (Lv 26,11s)". (2Cor 6,16)

Alguém já viu a foto do Papa beijando o Alcorão, aquele falso livro de um falso profeta. Esquecem que até Salomão é repreendido biblicamente por unir-se ao culto de falsos deuses? Heresias deste tempo pós conciliar.

O próprio Paulo VI reconheceu posteriormente que o que entrou na Igreja não foi ar fresco... foi a fumaça de satánas. Fumaça modernista e heretica.

A missa deixou de ser solene e espiritual, virou sessão de requebrado e danças profanas.

Os hereticos acham que a Igreja errou em quase 1962 anos e agora acerta em quarenta e poucos??? Hahaha... olhem os frutos desta "reforma"

"Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinhos e figos dos abrolhos?" (Mt 7,16)

Como se pode refutar os fatos???

[www.capela.org.br]

[gustavocorcao.permanencia.org.br]

Refutem e defendam as heresias deste tempo pós Vaticano II... se forem capazes.

Re: Vaticano II: uma lufada de ar fresco na Igreja, há exactamente 40 anos!
Escrito por: PedroB (IP registado)
Data: 26 de March de 2004 10:21

Caro VMTH


Obrigado pela tua ultima mensagem que de facto não parece tão radical.

Muito embora comungue contigo algumas das preocupações e aparentemente amboa temos preferencia pela Missa Latina, não posso deixar de repudiar algumas afirmações que já fizeste neste forum.

Como podes afirmar que a Messa Latina é a unica verdadeira Missa católica? Então e a Missa do Concilio Vaticano II rezada por todas as Dioceses do Mundo ? Não é verdadeira? Não é Católica?

Este ponto é estremamente importante. Eu aceito o Concilio vatinano II e a nova Missa se bem que posso ter uma tendencia para contrariar algumas interpretações mais liberais do Concilio. Eu não ponho minimamente em causa a Missa do Concílio. Apenas entendo que o rito Lapino, para a minha sensibilidade, é mais adequado.

Uma coisa é preferir um rito a outro dentro da Igreja outra completamente diferente é ser contra a Missa que foi aprovada no Concílio.

Por outro laso meu caro VMTH não posso deixar de repudiar veemente algumas das tuas declarações e equiparações entre o Comunismo o sionismo e o Concílio. Espero que tenha sido fruto apenas de alguma reacção aos ataques que muitas vezes injustamente te podem fazer.

Finalmente agrada-me a tua declaração de que assistes à Missa da FSSPX apenas porque não existe em Portugal uma Missa "do Indulto" este ponto é importante porquanto muito embora a Missa da FSSPX seja válida só é licito a um Católico assistir à mesma se não tiver hipótese de assistir a outra. Caso contrario não deves assistir.

UMa coisa é a validade da Missa que decorre do facto dos Padres terem sido ordenados validadente outra é a sua iligitimidade porque celebradas em desobediencia ao Papa e ao Bispo Local.

Digo.te isto mas confesso que também já assisti. Tenho porém firmes convicções de que devemos rezar por uma reconciliação. Como saberás existem hoje conversações com Roma para se chegar a uma reconciliação. Rezemos que seja possível e apoiemos os seus Membros que se inclinam para aceitar o Concilio e as determinações do Santo Padre.

Até lá cabe-nos manter a devida distancia de uma parte da Igreja que está em desobediencia. O projecto da Missa do Indulto é isso mesmo é um sinal de união com a Igreja concretamente com a Dioceses de Lisboa.

Re: Vaticano II: uma lufada de ar fresco na Igreja, há exactamente 40 anos!
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 28 de March de 2004 02:36

Caro ponto anónimo:

Tenho todo o gosto em discutir todos estes "fatos" contigo e outros que surjam, mas com duas condições:

- que queiras diálogo leal e respeitador e não chacota;

- que uses um nickname (pseudónimo) pelo qual te possamos tratar e deixes um e-mail válido, que terei o cuidado de testar, enviando uma mensagem.

Alef

Re: Vaticano II: uma lufada de ar fresco na Igreja, há exactamente 40 anos!
Escrito por: PedroB (IP registado)
Data: 29 de March de 2004 10:58

Caro Ponto Anónimo

Compreendo o seu receio por manter o anonimato.

Efectivamente as mentes mais "tolerantes" da Igreja actual que quase tudo toleram. São muitas vezes extremamente duras e até injustas para os que põem em causa o "relativismo" ligado a uma visão muito em voga do Ecumenismo.

Apesar de tudo sou o promeiro a desafiar que mantenha as suas intervenções que muito enriquecem o presente forum segundo as regras do mesmo.

Pedro B

Re: Vaticano II: uma lufada de ar fresco na Igreja, há exactamente 40 anos!
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 29 de March de 2004 14:34

É interessante mas simultaneamente muito triste que algumas pessoas mais tradicionalistas recorram sempre ao chavão do ecumenismo=relativismo. Nada de mais errado! Enfim, quando não se sabe ou não se quer argumentar, faz-se caricatura e ataca-se a caricatura.

Não, Ecumenismo nada tem que ver com relativismo. Outra coisa é que alguns que se dizem ecumenistas caiam no relativismo e até sincretismo. Mas isso não os define como ecumenistas, mas sim como relativistas e sincretistas.

Não tem Jesus Cristo uma atitude também ela de traços ecuménicos? Não mostra S. Paulo também uma atitude ecuménica? Não é isso que vemos na atitude de tantos Padres da Igreja? Não é desta atitude (macro-)ecuménica de tantos Padres da Igreja que nasceram expressões como "sementes do Verbo", "Ecclesia ab Abel", "baptismo de desejo", etc?

Fico deveras impressionado com o desconhecimento da Tradição por parte daqueles que se dizem Tradicionalistas...


Já agora, no caso de S. Paulo, proponho a leitura atenta de Actos 17:16-34: Paulo chega a Atenas e dirige um importante discurso no areópago. Chamo a atenção para o primeiro versículo (Act 17:16): «Enquanto Paulo os esperava em Atenas, o espírito fremia-lhe de indignação, ao ver a cidade repleta de ídolos.» Temos aqui um atitude que muitos adoptam: tudo o que é alheio é mau, idolátrico, etc.

Contudo, quando Paulo começa o discurso diz: «Atenienses, vejo que sois, em tudo, os mais religiosos dos homens». Não seria mais lógico começar por ameaçá-los com a perdição do Inferno? Pois, temos aqui uma clara "conversão" de S. Paulo: de uma visão pessimista, Paulo passou a ver a realidade com outros olhos. Soube perceber que, para lá dos erros práticos externos (idolatria polteísta), há uma busca sincera por Deus em todos os homens, a ponto de estes buscarem o "Deus desconhecido". Então, sim, Paulo descobre que anunciar Jesus Cristo não significa atacar as pessoas. Por isso não começou o seu discurso com a emotividade que seria de adivinhar no versículo 16.

E, curiosamente, esta atitude "macro-ecuménica" de S. Paulo não fez dele um relativista. Anunciou a verdade do mistério pascal sem rodeios, que naturalmente levou a que os ouvintes tivessem de se confrontar com a verdade da morte e ressurreição de Jesus...


Peço desculpa pelo desabafo, mas vejo frequentemente aqui expressa a ideia de que o Ecumenismo é uma negociação de Jesus Cristo. Nada mais errado! Isso não é Ecumenismo, mas sim a caricatura de quem quer ficar no quentinho dos "justificados". Senti um enorme arrepio quando alguém sugeriu que o facto de alguns (muitos?) irem para o inferno é, cito, "bem feito"! Meu Deus, quem nos julgamos nós? Mas esquecemos que a salvação é um dom?

Não estarão os que defendem tais pontos de vista a colocarem-se precisamente na atitude dos fariseus, que confundiram a eleição com exclusivismo? Será que Deus faz acepção de pessoas?

Alef

Re: Vaticano II: uma lufada de ar fresco na Igreja, há exactamente 40 anos!
Escrito por: TZM (IP registado)
Data: 29 de March de 2004 14:37

Apoiado, Alef

Re: Vaticano II: uma lufada de ar fresco na Igreja, há exactamente 40 anos!
Escrito por: PedroB (IP registado)
Data: 29 de March de 2004 14:53

Alef

Concordo plenamente com as suas palavras.

Uma coisa é o Ecumenismo preconizado pelo Concílio Vaticano II, outra é o relativismo.

É de facto importante e essencial que se separe as águas e se evidencie as diferenças entre o desafio do Ecumenismo do Concíllio e o algado "ecumenismo" de algumas correntes ´que, inclusive dentro da própria Igreja, interpretam o ecumenismo de tal forma, que colocam em causa quer o espírito missionário da Igreja quer o prório Primado do Papa. Neste aspecto as palavras de S Paulo são efectivamente clarificadoras.

Pedro B

Re: Vaticano II: uma lufada de ar fresco na Igreja, há exactamente 40 anos!
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 29 de March de 2004 20:53

Caros amigos,

Este tópico esteve adormecido mais de um ano, tendo sido recentemente acordado pelo VMTH que deu a sua opinião sobre a Missa de rito Tridentino (referente ao Concílio de Trento), sobre a qual eu gostaria de dar a minha opinião.

Na minha opinião, um dos aspectos mais positivos e produtivos do Concílio Vaticano II, foi a a reforma liturgica. Porquê? Porque a esmagadora maioria dos católicos, mal compreende a sua língua (iletracia), quanto mais o Latim, uma língua morta há vários séculos, e longe do sistema regular de ensino há muitos anos. Como não entendiam o ritual litúrgico, substituiram a participação activa na missa, com o rezar do Terço, passando assim completamente ao lado do espírito eucarístico da celebração.

Além disso, no rito Tridentino, o celebrante passa quase todo o tempo de costas voltadas para o povo, donde se pode colocar a questão: «Que sentido de comunidade?». É porque na última ceia, Jesus Cristo estava com os apóstolos, e com eles abençoou e partiu o pão. Não creio que durante a última ceia, Jesus tenha alguma vez voltado as costas aos seus companheiros. Creio que com a reforma litúrgica do Vaticano II, recuperou-se o espírito comunitário da celebração.

Não tenha nada contra aqueles que preferem a missa tridentina, e se não houver objecções teológicas, não vejo porque essas missas não se possam realizar. Acho que devemos respeitar as suas preferências, e a Igreja Católica é suficiente católica (= universal) para abranger tal diversidade. Mas pergunto-me se há pessoas que preferem o ritual Tridentino estabelecido na reforma do Concílio de Trento, porque não preferir um ritual anterior? Porquê o Tridentino especificamente, ou porquê em Latim? Até mais facilmente compreenderia se fosse um ritual em grego ou aramaico, mais próximo do que poderia ter sido a Última Ceia.

Pergunto-me se esta preferência do ritual pré-Vaticano II, não tem uma relação com uma certa rejeição do próprio Concílio, se não no seu todo, pelo menos em parte?

Luis

Re: Vaticano II: uma lufada de ar fresco na Igreja, há exactamente 40 anos!
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 29 de March de 2004 22:20

Disse o PedroB que: "Portugal é actualmente o uníco país da União Europeia onde não existe uma uníca Missa Tridentina em plena comunhão com Roma."
Ora aí está a razão pela qual eu acho que somos um povo de eleição!

Uma coisa "interessante" no rito "tridentino" é a missa ser celebrada de costas para a Assembleia: não é uma mera prática mas o símbolo de uma Igreja pré-conciliar que se movimentava entre interdições e anátemas e que já nada representava para o povo cristão.

Quando me perguntam se acredito no Espírito Santo respondo invariavelmente: Então a Igreja não sobreviveu "apesar" da hierarquia pré-conciliar? Só graças ao Espírito Santo!

João (JMA)

Re: Vaticano II: uma lufada de ar fresco na Igreja, há exactamente 40 anos!
Escrito por: PedroB (IP registado)
Data: 30 de March de 2004 20:05

JMA

Também posso concordar que de facto Portugal seja um país de eleição mas, seguramente, por outras razões.

Qual é o mal de existir uma Missa em Latim uma vez por semana, numa qualquer capela de Lisboa (pode ser pequena e escondida) onde os que, como eu, reconhecendo plena validade ao Concílio e à Missa actual, possam cantar ou rezar em Latim segundo um rito latino?

Porquê tanta resistência, e tantos anti corpos?

A Eucaristia não tem só um rito possível, recentemente, e bem a Diocese introduziu Missas no rito Bizantino para os emigrantes que o pretendam assistir, Missas essas com um rito diferente mas igualmente católicas.

Tratemos de igual forma aqueles que, como eu, tem uma preferencia pela Missa Latina. Sinto-me melhor, mais cheio de Cristo numa Missa Latina. Prefiro o orgão à viola, o Gregoriano ao Musica Ligeira.

Quanto à posição do sacerdote de costas (em alguns momentos) para a assembleia, confesso que não sinto que a implique um menor espirito de comunidade. Aliás das que assisti denotei antes pelo contrário um grande espírito.

Re: Vaticano II: uma lufada de ar fresco na Igreja, há exactamente 40 anos!
Escrito por: PedroB (IP registado)
Data: 30 de March de 2004 20:15

JMA

"Quando me perguntam se acredito no Espírito Santo respondo invariavelmente: Então a Igreja não sobreviveu "apesar" da hierarquia pré-conciliar? Só graças ao Espírito Santo!"

Com devido respeito, mas este seu ultimo parágrafo denota efectivamente uma "consideração" pela Igreja Católica que arrepia qualquer um.

Saudações
Pedro B

Re: Vaticano II: uma lufada de ar fresco na Igreja, há exactamente 40 anos!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 30 de March de 2004 21:08

mas se não fosse o Concílio II não teria sobrevivido...

Re: Vaticano II: uma lufada de ar fresco na Igreja, há exactamente 40 anos!
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 31 de March de 2004 17:40

Caro PedroB,

1 - Não tenho nada contra a missa tridentina. Se te sentes bem com esse tipo de celebração, não objecto de modo algum quanto a participares nela (nem teria nada que o fazer). Portanto nenhuma resistência nem anticorpos...

Quando afirmas que "Portugal é actualmente o único país da União Europeia onde não existe uma única Missa Tridentina em plena comunhão com Roma" congratulo-me com o facto. Porquê?
Porque considero que tal facto demonstra que Portugal foi o único País europeu onde a Igreja do país recebeu plenamente o Concílio Vaticano II.

[Por muito que queiram "dourar a pílula" do Marcel Lefebvre (os mortos têm sempre qualidades que eram desconhecidas quando vivos) ele provocou um "micro-cisma" na Igreja. Que só foi "micro" devido à sua pequena dimensão, não quanto às objecções que colocou, nem quanto à imagem de divisão entre católicos que criou.
E também não me esqueço que criou fundamentalistas como aquele que tentou matar o Papa em Fátima. Não faço tenções de pactuar de forma alguma com semelhantes mentalidades.]

Que fique claro que não estou a comparar "Rito Tridentino=Marcel Lefebvre".

Estou a dizer que a Igreja Portuguesa foi na altura do Concílio e é hoje uma Igreja adulta, com os pés bem assentes na terra, atenta ao Povo Cristão e não era nem é uma Igreja clerical e apartada do Povo como era costume na hierarquia católica desse tempo na Europa.

2 - Quanto ao sacerdote de costas para a Assembleia é para mim o símbolo da Igreja daquele tempo: clerical e virada de costas para o mundo, consequentemente a ver apenas a pálida imagem dos problemas dos homens (quando me falam na alegoria da caverna, é esta a imagem que me vem à cabeça, por exemplo).

3 - Quanto à sobrevivência da Igreja ser devida ao Espírito Santo, apesar da hierarquia pré-conciliar:
Em primeiro lugar existe uma figura de estilo chamada ironia.
Em segundo lugar a rir vou castigando os costumes.
Em terceiro lugar, tens razão numa coisa: não tenho respeito algum por aqueles que tentaram travar o processo conciliar, ou que o tentaram (e tentam ainda) meter na gaveta. Para além do mais considero que só pessoas muito pouco inteligente podiam pretender que, num mundo composto de mudança, a Igreja se mantivesse estática.
Em quarto lugar, considero que o Concílio foi o momento mais próximo de nós e de maior relevância onde vejo a actuação do Espírito Santo. As energias e a refontização que se operaram durante esse momento histórico continuam hoje a alimentar a Igreja.

Quanto aos arrepios na espinha, vê se não será gripe.(ironia)

João (JMA)

Re: Vaticano II: uma lufada de ar fresco na Igreja, há exactamente 40 anos!
Escrito por: PedroB (IP registado)
Data: 31 de March de 2004 23:21

Caro JMA

Folgo em saber que nada tens contra a Missa Latina Tradicional. Aliás é bom saber que a esmagadora maioria dos participantes neste forum nada tem a opor.

As vossas posições são encorageradoras. Comprometo-me a informar o forum assim que o processo de autorização esteja concluído e os responsáveis pela Diocese de Lisboa conferirem a necessária autorização.


Quanto à tua opinião de que Portugal foi o uníco país que recebeu verdadeiramente o Concílio deve ser mais uma ironia. Caso contrario estamos perante um paradoxo.

Prasaicamente falando, se fomos nós o que recebemos melhor o Concílio deveríamos ser o Farol da Europa em termos de fé. Meu caro JMA, pelo menos para mim o panorama da Igreja em Portugal não é famoso. Indiferentismo religioso, crise de vocações, Igrejas sem Padres, fraca participação dos leigos etc, etc...

Não seria de esperar mais do país modelo, daquele que recebeu mais integralmente o Concílio?

Quanto ao Arcebispo Lefevre, tal como tu não o identifico com a Missa Tridentina nem com todos que a defendem.

Com certeza que não foi um Santo e que não deveria ter desobedecido ao Papa, (VMTH aqui estou em desacordo contigo) mas também não é o que os mais "Modernistas" dele querem faxer. Foi sem duvida um Bispo importante na Europa e personificou a Tradição e a resistencia à nova liturgia. Perante a hipótese de morrer sem deixar um Bispo que pudesse contibuar a ordenar Padres Tradicionalistas optou (quanto a mim mal) por sagrar 4 Bispos sem mandato.

De resto, podes crer que foi um homem de grande fé que o que fez o fez por amor à Igreja, e que viveu os ultimos anos amargurado pelo seu acto de orgulho. A sua verdadeira história estará ainda por contar. Da minha parte estou convicto de que chegará o dia em que vai ser levantada a sua excomunhão e os nossos irmãos da FSSPX vão voltar a estar em plena comunhão, (o Papa já afirmou que a decisão que mais lhe custou foi excomungar Mons Lefevre muito embora não pudesse deixar de fazer outra coisa).

Já quanto ao que chamas de micro-cisma não posso deixar de te corrigir. O acto em si foi um acto de desobediência mas juridicamente não criou qualquer cisma. Na realidade para que haja cisma será necessário a intenção de criar uma nova jurisdição que susbstituisse em termos de autoridade os Bispos locais.

Ao que julgo saber, (o VMTH que me confirme) a FSSPX jamais teve a pretensão de criar uma nova jurisdição ou uma nova Igreja. Em todas as suas Missas rezam pelo Papa e pelo Bispo do local que reconhecem como a autoridade legitima. São Católicos Romanos e jamais pusseram em causa a legitimidade dos Bispos ou do Papa. Podem ser rebeldes desobedientes etc mas cismáticos não.

Já mencionar que M Lefevre criou o fundamentalista que tentou matar o Papa, parece-me uma profunda injustiça. Por essa ordem de ideias os Padres pedófilos de Boston foram obra do Bispo de Boston. Ao que julgo aliás o senhor em causa já não era membro da FSSPX e tratava-se de um doente mental. Pegar nesse episódio para sugerir sequer que a FSSPX quis alguma matar o Papa parece-me de bradar aos céus. Infelizmente loucos e petubados existem e devem ser tratados como tal. Aliás caso não saibas tambem te digo que tentaram igualmente impedir pela força a sagração de Bispos por Monsenhor Lefevbre. Aparentemente também se tratava de uma pessoa com perturbações

No que se refere aos ritos da Missa latina, compreendo que possa ser estranho para algumas pessoas o facto do sacerdode rezar voltado para o sacrário para a pessoas. Recordo no entanto que tanto as leituras como a homilia, são, naturalmente viradas para a assembleia. De qualquer modo não vou aqui entrar em discussões sobre o que simboliza ou deixa de simbolizar. Como tenho repetidas vezes afirmado neste forum, trata-se apenas de um grupo pequeno de pessoas que, por razões diversas que têm a ver com a sua sensibilidade religiosa se sentem melhor no rito latino. Podem ser chamados nostalgicos, tradiconalistas e muitas outras coisas mas asseguro-te que são pessoas de boa vontade. Pela minha parte, que tenho trinta anos confesso-te que descobri a Missa em França quando lá estudei e fiquei maravilhado com a espiritualidade vivida numa Missa Latina.

Confesso-te que me aflige um bocado a existencia de algumas Missas menos cuidadas nas nossas paróquias e se calhar daí ter encontrado algum refugio de mediatação e oração nas Missas Latinas. É curioso que não obstante algumas partes serem em latim, eu pessoalmente acabo por assimilar muito mais a mensagem acompanhando quer as leituras em Português (ou naquele caso em Francês) quer as orações do ordinário da Missa através de missais bilinge, que todos os fieis levam por regra para a Missa.

Finalmeente em relação ao teu ultimo ponto, lamento que não respeites aqueles que segundo dizes "tentam travar o processo conciliar". Eu respeito-os a eles e a outros que entendem que o Concílio terá ainda de ser concretizado. Aliás muitas vezes o que pretendem é chamar à razão os que pretendem fazer tábua rasa a tudo o que esteve para trás do Concílio.

O Concílio foi importante mas não criou uma nova Igreja. A Igreja é a mesma, os dogmas são os mesmos, a verdade é a mesma.

Penso que é um erro pensar que o Concilio foi como que uma esponja me cima de séculos de história. Não, o Concílio foi um marco importante que deve ser estudado e analisado, aprofundado no seio da Tradição Católica.

É verdade que o mundo está em constante mudança, mudanças muitas vezes vertiginosas. No entanto a Igreja, não obstante estar atenta ao mundo deve permanecer como Porto de Abrigo, como Farol de Verdade de todos os homens. A Igreja não deve somente preocupar-se por se converter ao mundo mas mais por converter o mundo, converter o mundo ao Caminho à Verdade e à Vida, no fundo a Cristo.

Saudações

Pedro B

ps - Sou do campo e nós os rurais somos mais brutos e às vezes não atingimos as ironias. De qualquer modo o arrepio parece que era mesmo gripe, tomei um aspegic e estou como novo.

Re: Vaticano II: uma lufada de ar fresco na Igreja, há exactamente 40 anos!
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 01 de April de 2004 00:10

Caro PedroB,

"Não seria de esperar mais do país modelo, daquele que recebeu mais integralmente o Concílio?"
Devemos sempre esperar mais, e é bom que o façamos. Mas se observares a sociedade portuguesa e se observares outras sociedades europeias, poderás verificar que existe um muito maior sentido religioso em Portugal que na maioria dos países europeus. Que não é suficiente... nunca é.

Quanto ao "indiferentismo religioso" ou não percebo o que é, ou não o encontro.

"crise de vocações, Igrejas sem Padres, fraca participação dos leigos" já aqui foi debatido. Não me parece um problema insolúvel: se houver menos padres terá necessariamente de haver maior participação dos leigos.
E tens a possibilidade da ordenação de homens casados, ou da ordenação de mulheres.

Quanto ao "micro-cisma": olha para aqui. Se calhar estou a ver mal, mas parece-me um cisma (à escala microscópica, mas mesmo assim).

E o que aqui aparece como "Papa" não me parece o João Paulo II.

E quanto à responsabilidade do Marcel Lefebvre na criação de fundamentalistas como o que tentou matar o Papa, (ou de alucinados como o do link que indiquei) não me parece necessário que tenha sido ele a instruir pessoalmente o pobre coitado, ou a segurar-lhe a mão, mas seguramente que foi a sua maneira de pensar e agir que deu origem a tal.

Não sei se foi ou não a "fraternidade" que mandou matar o Papa. Penso que não. Espero que não. Mas ambientes sãos não criam fundamentalistas.

Continuaremos noutro dia. (Provavelmente a discordar, portanto estás à vontade para criticar).

Paz e Bem (e que o aspegic te cure dos arrepios)

João (JMA)

Re: Vaticano II: uma lufada de ar fresco na Igreja, há exactamente 40 anos!
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 01 de April de 2004 06:30

PedroB dixit:

«[Marcel Lefèbvre] Foi sem duvida um Bispo importante na Europa e personificou a Tradição e a resistencia à nova liturgia».


Respondeo:

Não personificou a Tradição. Personificou, sim, o tradicionalismo, que é completamente diferente, e, até, em muitas coisas, o oposto da Tradição.

Alef

Re: Vaticano II: uma lufada de ar fresco na Igreja, há exactamente 40 anos!
Escrito por: PedroB (IP registado)
Data: 01 de April de 2004 09:55

Caro JMA

Muito embora não seja adepto da FSSPX e critique a sua posição e desobediência separo bens as águas.

O site que me indicou em "aqui" nada tem a ver com a FSSPX. Trata-se de um site sedevacantista.

Os sedevantistas não reconhecem o Papa. Nada têm a ver com a Igreja, não reconhecem validade à Missa e ao Concílio. Estão fora da Igreja e não querem voltar.(Aqui sim pode haver micro-cisma)

A FSSPX reconhece o Papa e os Bispos rezam por eles no ordinário de cada Missa. Discordam de algumas posições assumidas mas estão dentro da Igreja. (Numa posição de franja reconheço). econhecem a validade da Missa mas entendem que a mesma é perigosa que pode afastar os fieis da fé.

Existe ainda os que, como eu, critica a posição da FSSPX, pelo facto de deliberadamente ter desobedecido ao Papa. Que reza pela plena comunhão com Roma. Os que, como eu frequentam a Missa nas paróquias do país e participam na vida da comunicadade, mas que entendem que na Igreja actual existe lugar para a celebração de Missas no rito Tridentino para os que, por razões particulares de sensibilidade e espirituaidade se sentem melhor nas suas celebrações. Os que, como eu, aceitando o Ecumenismo e o Concílio entendem que o mesmo não é a negação da história e da Tadição da Igreja e da sua vocação Missionária e que deverá ser interpetado e realizado de acordo com a Tradição milenar da Igreja.


Pedro B

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