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Re: Eutanasia
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 28 de September de 2004 15:40

Maria

Gostei muito do que escreveste; lamento que em Portugal se veja isso entre professor e aluno.

Como todos sabem, vivo num país diferente. Quando uma criança é abusada por um familiar ou tem qualquer problema, seja ela filha de pais alcoólicos, etc. São as tais chamadas crianças burras. Aquí têm logo assistência. Cada escola tem um psicólogo. Esse Psicólogo é professor e depois tira o Mestrado em Psicologia. A criança, é enviada para o psicólogo. Nessa mesma escola há professores que trabalham com essas crianças, até o assunto ser resolvido, depois, são enviadas a escolas especiais, para cada caso.
É o governo Portugês, que ainda não descobriu a melhor maneira de trabalhar e ocupar todos os professores licenciados!

Quanto a prisões:
Os pobres são presos por roubar um centro comercial, bombas de gasolina, etc. Os do governo roubam fortunas, como os acusam em jornais, arranjam um advogado de defesa e safam-se. São as leis do País!...Que as mudem!!!

Re: Eutanasia
Escrito por: Anita (IP registado)
Data: 28 de September de 2004 17:02

Maria:

O amor não põe limites ao perdão.
Mas permitir que a pessoa continue como está, não a chamar à atenção, não enfrentá-la, isso...não é amor!

O amor implica que sejamos exigentes. Implica respeito.
Ora, quando alguém rouba, mata...para já não tem respeito por si, quanto mais pelos outros e pelo que é dos outros.
Claro que perdoo quem me faz mal. Não posso é permitir que continue a fazê-lo. É a velha máxima: ou te emendas e continuas comigo, ou continuas assim, mas sem mim...
Não se trata de abandono, mas de colocar responsabilidades nas mãos destas pessoas. É pôr-lhes "a faca e o queijo na mão" quanto à sua vida.



Anna e Sara

Re: Eutanasia
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 15 de June de 2007 18:55

Upa, upa a este tópico, já que o tema foi de novo evocado.

Este tema também foi tratado directamente nos seguintes tópicos:

- «Ginecologistas britânicos pedem direito de poder matar recém-nascidos deficientes»;

- «bebés prematuros - polemica no Reino Unido»;

- «Holanda estuda legalizar a eutanásia de bebês»;

- «DOENTES EM ESTADO VEGETATIVO»;

- «Vaticano contra encarniçamento terapêutico»;

- «Os "anjos" da "boa morte": a propósito do "caso Terri Schiavo"»;

- etc.

Alef



Editado 1 vezes. Última edição em 15/06/2007 18:56 por Alef.

Re: Eutanasia
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 16 de June de 2007 01:00


Re: Eutanasia
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 16 de June de 2007 02:35

Mas, catolicapraticante, em «Mar Adentro» estamos perante um caso de eutanásia?

Alef

Re: Eutanasia
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 16 de June de 2007 09:34

Claramente.

católica praticante

Re: Eutanasia
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 16 de June de 2007 09:50

Pois bem, aqui começam os problemas: na definição dos conceitos e determinação do âmbito de cada coisa. «Mar Adentro» não é um caso de eutanásia, mas de suicídio assistido. Não são a mesma coisa.

Alef

Re: Eutanasia
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 16 de June de 2007 10:32

A wikipédia em geral peca por má informação,mas neste caso o artigo é esclarecedor sobre os vários usos do termo Eutanásia.

Eutanásia

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Eutanasia
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 16 de June de 2007 10:33

Alef:
O suicídio assistido é crime face á legislação portuguesa. E a questão do filme baseado num caso real colocou em cima da mesa em espanha o debate sobre eutanásia e não sobre o suicídio assitido. Isto porque o doente em causa foi de facto "ajudado a morrer". Aliás há sistemas de eutanásia em que é o doente que "carrega" no botão, digamos assim, mas em que todo o processo é realizado por terceiros.
A questão de fundo é que o avanço tecnológico e científico prolongou a vida humana para lá de limites inimagináveis, mesmo em situações limite de sofrimento intenso. Ou seja, morrer custa muito e prolonga-se durante meses ou anos. Temos uma população idosa, dependente e com doenças crónicas cujo número irá crescer exponencialmente nas próximas décadas. Podemos prolongar vidas vegetativas.POdemos fazer tratamentos agressivos para ganhas mais um mês de vida.Podemos ter hospitais cheios de gente moribunda , dependente e em sofrimento, mesmo com bons cuidados paliativos.
Porque o sofrimento não é apenas a dor física.
Os cuidados paliativos e os cuidados de excelência em final de vida são uma resposta mas não respondem a tudo. O que é paradoxal é que são precisamente os países que mais investiram em cuidados paliativos quem discute agora a questão da eutanásia.
Como alguém me dizia dois dias atrás, se tivermos um animal em intenso sofrimento e não tivermos tratamento para ele, não hesitamos e abatemos o animal. Por pura compaixão, embora esse acto seja doloroso para nós, sobretudo se amramos o animal. Pensem no vosso cão.
E um ser humano não tem direito a essa compaixão?
Ou, nas palavras de um doente, tenho menos valor que um cão para me negarem uma morte rápida e sem dor?

católica praticante



Editado 1 vezes. Última edição em 16/06/2007 10:35 por catolicapraticante.

Re: Eutánasia
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 16 de June de 2007 11:07

Cara catolicapraticante:

Ainda sobre o filme «Mar Adentro» dizes:

Citação:
catolicapraticante
«E a questão do filme baseado num caso real colocou em cima da mesa em espanha o debate sobre eutanásia e não sobre o suicídio assitido. Isto porque o doente em causa foi de facto "ajudado a morrer".»

Ora bem: em primeiro lugar, a primeira frase não é um argumento válido para contrapor ao que eu disse. O facto de o debate se ter centrado na eutanásia não significa que estejamos perante o caso de uma eutanásia. Não estamos. Repito: não se trata de um caso de eutanásia, mas de um suicídio assistido. O que isto mostra simplesmente é que a maior parte das pessoas não sabe distinguir suicídio assistido de eutanásia, a começar pelos jornalistas. Ramón Sampedro foi autor da sua própria morte, mas precisava apenas de uma «ajuda» na obtenção dos meios. De facto, e em segundo lugar, Ramón Sampedro não foi simplesmente «ajudado a morrer». A sua situação, difícil, não era a de um moribundo.

Alef

Re: Eutanásia
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 16 de June de 2007 13:52

Sim, haverá alguma confusão de conceitos, mas eu sei distinguir, pois já leccionei aulas de Bioética aos meus estudantes...
E Sim, Ramon Sampedro foi ajudado a morrer. Nunca conseguiria morrer sem ajuda externa, nunca conseguiria ser autonomamente o autor da sua morte sem e foi isso que solicitou ao longo de meses ou mesmo anos. Que o matassem, que lhe permitissem morrer já que estava numa situação em que não o poderia fazer por ele mesmo. Ramon exigiu, inclusive por via judicial, que lhe praticassem eutanásia. Como um direito.
A linha entre a eutanásia activa e a ajuda ao suicídio não é assim tão radicalmente diferenciada como pensas.É uma questão de gradação e de acção intencional.
Ramon morreu de uma forma muito dolorosa, por ingestão de veneno e agonizou durante 15 folorosos minutos. No fundo, poderia ter tido uma morte mais pacífica e tudo isso foi muito discutido e debatido em várias instãncias.

"Senhores juízes, autoridadespolíticas e religiosas, fui obrigado a suportar esta penosa situação durante 29 anos, quatro meses e alguns dias. Me nego a continuar fazendo-o por mais tempo. Como podem ver, ao meu lado tenho um copo de água contendo uma dose de cianureto de potássio. Quando a beber, terei renunciado – voluntariamente – à propriedade mais legítima e privada que possuo, quer dizer, meu corpo. Terei me libertado de uma humilhante escravidão – a tetraplegia.”
Essas palavras claras e serenas de um suicida não foram deixadas numa carta-testamento. Estão numa fita de vídeo de 15 minutos, que mostra a lenta agonia de um homem imóvel numa cama, sob uma manta branca.

Ramon não era um moribundo. Sim, é verdade, mas as pessoas que pedem eutanásia ( morte boa), raramente são moribundos. Esses, quando estão conscientes, sabem que a morte virá depressa, e o fim da dor e do sofrimento também.O probelma é viver 10, 20 anos ou 10, 20 meses em sofrimento agudo, ou em estado vegetativo. ou saber que virá um momento em que viveremos uma asfixia lenta e inexorável.Ou ter consciência de uma inevitável deterioração orgãnica, indigna e inútil.
E aí sim, começam as perguntas.

católica praticante



Editado 3 vezes. Última edição em 16/06/2007 13:59 por catolicapraticante.

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