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Salmos 78 78 (77) AS LIÇÕES DA HISTÓRIA (105; 106) Salmo histórico: faz uma meditação e propõe uma interpretação sobre o significado da História. De início, aparece uma chamada de atenção muito ao gosto da literatura sapiencial. O ritmo que o salmo vê acontecer no passado de Israel é o da oscilação do pêndulo entre a rebelião do povo e o castigo recebido da parte de Deus. A tribo de Judá aparece claramente como preferida, em contraposição com as tribos do Norte. Há aqui uma espécie de súmula de Teologia e História e notam-se várias analogias entre este salmo e o Deuteronómio. 1*Poema. De Asaf. Escuta, meu povo, os meus ensinamentos; presta atenção às minhas palavras. 2*Vou abrir a minha boca em parábolas e revelar os enigmas de outros tempos. 3O que ouvimos e aprendemos e os nossos antepassados nos transmitiram, 4*não o ocultaremos aos seus descendentes; tudo contaremos às gerações vindouras: as glórias do SENHOR e o seu poder, e as maravilhas que Ele fez. 5*Ele estabeleceu um preceito em Jacob, instituiu uma lei em Israel. E ordenou aos nossos pais que a ensinassem aos seus filhos, 6para que as gerações futuras a conhecessem e os filhos que haviam de nascer a contassem aos seus próprios filhos; 7*para que pusessem em Deus a sua confiança e não esquecessem as suas obras, mas obedecessem aos seus mandamentos. 8*Para que não fossem como os seus pais, uma geração rebelde e desobediente, uma raça de coração inconstante e de espírito infiel ao seu Deus. 9*Os filhos de Efraim, archeiros equipados, puseram-se em fuga no dia do combate. 10Não guardaram a aliança de Deus, recusaram-se a cumprir a sua lei; 11esqueceram-se das suas obras, das maravilhas que Ele lhes mostrou. 12*Diante de seus pais, Deus fez maravilhas, na terra do Egipto, nos campos de Soan. 13*Abriu o mar para os fazer passar, conteve as águas como um dique. 14*Conduziu-os, de dia, com uma nuvem, e, de noite, com o seu clarão de fogo. 15*Fendeu os rochedos no deserto e deu-lhes a beber águas abundantes. 16Deus fez brotar rios das pedras, fez correr águas caudalosas. 17Mas eles continuaram a pecar, revoltando-se contra o Altíssimo no deserto. 18*Provocaram a Deus em seus corações, reclamando manjares, segundo os seus apetites. 19Murmuraram contra Ele, dizendo: "Será Deus capaz de nos preparar a mesa no deserto? 20Ele feriu a rocha e logo brotaram as águas e correram torrentes abundantes; mas, poderá também dar pão e preparar carne para o seu povo?" 21O SENHOR ouviu e indignou-se, ateou-se nele um fogo contra Jacob e a sua ira cresceu contra Israel, 22porque não tiveram fé em Deus, nem confiaram no seu auxílio. 23*Deus ordenou às nuvens e abriu as portas do céu. 24Fez chover o maná para eles comerem e deu-lhes o pão do céu. 25Comeram todos o pão dos fortes; enviou-lhes comida em abundância. 26Fez soprar dos céus o vento leste e, com o seu poder, fez vir o vento sul. 27Fez chover do céu carne como grãos de poeira, e aves tão numerosas como as areias do mar. 28Fê-las cair no meio do acampamento, ao redor das suas tendas. 29Comeram até se saciarem: e assim Deus satisfez os seus desejos. 30Ainda não tinham o seu apetite saciado, ainda a comida estava na sua boca, 31quando a ira de Deus caiu sobre eles: semeou a morte entre os mais fortes e abateu os jovens de Israel. 32Apesar de tudo isto, persistiram no pecado, não acreditaram nas suas maravilhas. 33Por isso, Deus extinguiu os seus dias como um sopro, e os seus anos, como uma ilusão. 34*Quando os castigava, eles procuravam-no, convertiam-se e voltavam-se para Deus. 35Recordavam-se então que Deus era o seu protector, que o Altíssimo era o seu libertador. 36Mas logo o enganavam com a boca e lhe mentiam com a língua. 37Os seus corações não eram leais com Ele, nem fiéis à sua aliança. 38Mas Deus, que é misericordioso, perdoava-lhes os pecados e não os destruía. Muitas vezes conteve a sua ira, e não deixou que o seu furor se avivasse. 39Lembrou-se de que eles eram humanos, um sopro que passa e não volta mais! 40Quantas vezes o provocaram no deserto e o contristaram na estepe! 41Voltaram constantemente a pôr Deus à prova, a ofender o Santo de Israel. 42Esqueceram a obra das suas mãos, no dia em que os libertou da opressão, 43*quando no Egipto realizou os seus prodígios e as suas maravilhas nas planícies de Soan; 44quando converteu em sangue os seus rios e canais, para que os egípcios não pudessem beber. 45Mandou-lhes moscas venenosas, que os devoravam, e rãs que os destruíam. 46Entregou as suas colheitas aos insectos e o fruto do seu esforço aos gafanhotos. 47Destruiu as suas vinhas com a saraiva e os seus sicómoros com a geada. 48Feriu os seus gados com granizo e os seus rebanhos com os raios. 49Descarregou contra eles a sua ira, a indignação, o furor e a aflição, como uma legião de mensageiros da desgraça. 50Deu livre curso à sua ira; não os livrou da morte! Entregou as suas vidas à peste! 51Feriu os primogénitos do Egipto, as primícias da sua raça, nas tendas de Cam. 52Fez sair o seu povo como um rebanho, como manada os conduziu pelo deserto. 53Guiou-os com segurança e não tiveram medo, enquanto afundava no mar os seus inimigos. 54Introduziu-os na sua terra santa, na montanha que a sua direita conquistou. 55*Diante deles expulsou as nações, distribuiu entre eles aquela terra como herança e instalou nas suas tendas as tribos de Israel. 56Mas eles puseram à prova e ofenderam o Altíssimo e não observaram os seus preceitos. 57Transviaram-se e apostataram como seus pais, desviaram-se como a seta de um arco frouxo. 58*Irritaram-no nos lugares altos, provocaram os seus ciúmes com o culto dos ídolos. 59Deus ouviu isto e indignou-se, e repudiou Israel com veemência. 60*Abandonou o santuário de Silo, a tenda onde morava entre os homens. 61*Entregou ao cativeiro a sua fortaleza e o seu esplendor na mão dos inimigos. 62Entregou o seu povo à espada, irritou-se contra a sua herança. 63Os seus jovens foram devorados pelo fogo, e as suas virgens ficaram por casar. 64Os seus sacerdotes foram passados à espada, e as suas viúvas não choraram os maridos. 65Mas o Senhor despertou, como que estremunhado, qual guerreiro vencido pelo vinho. 66*E feriu os seus inimigos pelas costas; infligiu-lhes eterna humilhação. 67*Assim rejeitou as tendas de José e não escolheu a tribo de Efraim; 68escolheu antes a tribo de Judá e o monte de Sião, seu preferido. 69Construiu o seu santuário, alto como o céu e firme para sempre, como a terra. 70*Escolheu o seu servo David, tomando-o do aprisco das ovelhas. 71Retirou-o de trás dos rebanhos, para que apascentasse a Jacob, seu povo, e a Israel, sua herança. 72David apascentou-os com um coração recto e conduziu-os com mão prudente. |
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