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Inteligência Espiritual
 

1.º Samuel 20


20 Aliança entre David e Jónatas (18,1-4; 19; 23,16-18) - 1*Entretanto, David fugiu de Naiot, perto de Ramá, e foi ter com Jónatas, dizendo-lhe: «Que fiz eu? Que crime cometi e que mal fiz a teu pai, para que ele queira matar-me?» 2Respondeu-lhe Jónatas: «Não temas, porque não morrerás! Meu pai não faz coisa alguma, grande ou pequena, sem me dizer. Porque me ocultaria isso? Não é possível!» 3*Mas David fez novo juramento: «Teu pai bem sabe que tens simpatia por mim e, por isso, deve ter pensado: 'Que Jónatas não o saiba, para que não se entristeça.' Por Deus e pela tua vida, há apenas um passo entre mim e a morte!»
4Jónatas respondeu-lhe: «Que queres que eu faça? Farei por ti tudo o que me disseres.» 5*Disse David: «Amanhã é a festa da Lua-nova e eu deveria jantar, conforme o costume, à mesa do rei. Deixa-me partir para me esconder no campo até à tarde do terceiro dia. 6Se o teu pai notar a minha ausência, dir-lhe-ás: 'David pediu-me que o deixasse ir a Belém, sua cidade, pois se celebra ali o sacrifício anual da sua família.' 7Se ele disser que está bem, nada terei a temer; mas, se ele, pelo contrário, se irritar, fica sabendo que está resolvido a ir até ao fim. 8*Faz, pois, esta mercê ao teu servo, já que fizeste um pacto comigo em nome do SENHOR. Se tenho alguma culpa, mata-me tu mesmo e não me faças comparecer diante de teu pai.» 9Jónatas disse-lhe: «Longe de ti tal coisa! Se eu souber que, de facto, meu pai resolveu matar-te, juro que te avisarei.» 10Disse-lhe David: «Quem me informará se teu pai te der uma resposta áspera?» 11Respondeu Jónatas: «Vamos para o campo.» E foram ambos para o campo.
12Então, Jónatas disse: «Pelo SENHOR, Deus de Israel! Amanhã, pela terceira vez, vou consultar meu pai. Se tudo for favorável a David e eu não to comunicar, 13então, que o SENHOR me trate com todo o seu rigor! Mas se persistir a má vontade de meu pai contra ti, avisar-te-ei da mesma forma; poderás, então, partir, e ficarás tranquilo. Que o SENHOR esteja contigo como esteve com o meu pai! 14Mais tarde, se eu for ainda vivo, manifestarás em mim a misericórdia do SENHOR. Mas, se eu morrer, 15*não recusarás jamais o favor à minha casa, quando o SENHOR exterminar da face da terra todos os inimigos de David!»
16Foi assim que Jónatas estabeleceu aliança com a casa de David, dizendo: «O SENHOR peça contas aos inimigos de David!» 17Jónatas repetiu, mais uma vez, o seu juramento a David em nome da amizade que lhe consagrava, pois o amava de todo o coração.
18E Jónatas acrescentou: «Amanhã é a festa da Lua-nova, e não serás encontrado, pois ficará vazio o teu assento. 19*Descerás, então, depois de amanhã sem falta, ao lugar onde te escondeste no dia do sucedido, e sentar-te-ás junto da pedra de Ézel. 20Atirarei três flechas para o lado da pedra, como se atirasse a um alvo. 21Depois mandarei o meu servo buscar as flechas. Se eu lhe disser: 'Olha! As flechas estão atrás de ti; apanha-as!' Então poderás vir, porque tudo te é favorável, e nada há a temer, pelo Deus vivo! 22Se, porém, eu disser ao criado: 'Olha! As flechas estão diante de ti, um pouco mais longe!' Então foge, porque é o SENHOR quem te manda fugir. 23Quanto ao que prometemos, o SENHOR seja para sempre testemunha entre nós.» 24David escondeu-se no campo.
No dia da Lua-nova, o rei pôs-se à mesa para comer,
25sentando-se, como de costume, numa cadeira, perto da parede. Jónatas levantou-se para que Abner pudesse sentar-se ao lado de Saul, ficando desocupado o lugar de David. 26*Naquele dia, Saul não disse nada. Pensou que talvez David tivesse contraído alguma impureza e não tivesse podido ainda purificar-se. 27No dia seguinte ao da Lua-nova, o lugar de David continuava vazio. Saul disse ao seu filho Jónatas: «Porque não veio comer o filho de Jessé nem ontem nem hoje?» 28E respondeu Jónatas: «David pediu-me licença para ir a Belém. 29Disse-me: 'Deixa-me ir, porque temos na cidade um sacrifício de família, para o qual meu irmão me convidou. Se mereci a tua estima, permite-me que vá visitar os meus irmãos.' Eis por que não se apresentou à mesa do rei.»
30Saul encolerizou-se contra Jónatas e disse: «Filho de uma prostituta, pensas que não sei que és amigo do filho de Jessé, e que isso é uma vergonha para ti e para tua mãe? 31Enquanto viver sobre a terra o filho de Jessé, nem tu estarás seguro, nem o teu trono. Vamos! Vai buscá-lo, traz-mo, porque ele merece a morte.» 32*Jónatas respondeu ao pai, dizendo: «Porque há-de morrer? Que mal fez ele?» 33*Saul brandiu a lança para o atravessar, e Jónatas viu que a morte de David era coisa resolvida pelo pai. 34Furioso, deixou a mesa sem comer, naquele segundo dia de Lua-nova. As injúrias que seu pai havia feito a David tinham-no afligido profundamente.
35No dia seguinte, ao raiar da aurora, Jónatas saiu para o campo e foi ao lugar combinado com David, acompanhado de um jovem servo. 36E disse-lhe: «Vai e traz-me as setas que vou atirar.» Mas enquanto o rapaz corria, Jónatas atirou outra seta mais longe. 37Quando chegou ao lugar da seta, Jónatas gritou-lhe: «Não está a flecha mais para além de ti?» 38E acrescentou: «Vamos, apressa-te, não te demores.» O servo apanhou as setas e voltou ao seu senhor. 39O servo não sabia de nada, porque só Jónatas e David conheciam o assunto.
40Depois disto, entregou Jónatas as armas ao servo, dizendo-lhe: «Vai e leva-as para a cidade.» 41Logo que ele partiu, deixou David o seu esconderijo e, fazendo uma reverência a Jónatas, prostrou-se três vezes por terra; beijaram-se mutuamente, chorando juntos, mas David estava ainda mais comovido que o amigo. 42Jónatas disse-lhe: «Vai em paz; e, quanto ao juramento que fizemos, que o SENHOR esteja sempre como testemunha entre ti e mim, entre a tua posteridade e a minha!»

 

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