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Inteligência Espiritual
 

1.º Macabeus 6


6 Morte de Antíoco IV Epifânio (2 Mac 1,11-17; 9) - 1O rei Antíoco atravessava as províncias superiores, quando soube que, na Pérsia, em Elimaida, havia uma cidade famosa pelas suas riquezas em prata e ouro. 2O seu templo, extraordinariamente rico, possuía armaduras de ouro, couraças e armas, deixadas ali por Alexandre, filho de Filipe, rei da Macedónia, o primeiro que reinou sobre a Grécia. 3Dirigiu-se para esta cidade com o propósito de a tomar e saquear, mas não pôde, porque os habitantes estavam prevenidos. 4Resistiram-lhe com as armas, e viu-se obrigado a fugir e a regressar à Babilónia com grande humilhação. 5Na Pérsia, um mensageiro foi dizer-lhe que as tropas enviadas à Judeia tinham sido derrotadas, 6e que Lísias, partindo com um poderoso exército, fora vencido pelos judeus, que aumentaram o seu poderio com as armas, as munições e os despojos, tomados ao exército desbaratado. 7E que tinham destruído também a abominação edificada por ele sobre o altar, em Jerusalém, e tinham cercado o templo com altas muralhas como outrora, assim como a cidade de Bet-Sur.
8Ouvindo estas notícias, o rei ficou irado e profundamente perturbado. Caiu de cama, doente de tristeza, ao ver que os acontecimentos não tinham correspondido aos seus desejos. 9*Passou assim muitos dias, porque a sua mágoa se renovava sem cessar, e julgou morrer. 10Mandou, então, chamar todos os seus amigos e disse-lhes: «O sono fugiu dos meus olhos e o meu coração desfalece de preocupação. 11E digo a mim mesmo: A que grande aflição fui reduzido e em que abismo de tristeza me encontro, eu, que antes vivia alegre e era amado quando era poderoso! 12Mas agora lembro-me dos males que causei a Jerusalém, de todos os objectos de ouro e prata que roubei, e de todos os habitantes da Judeia que exterminei sem motivo. 13Reconheço que foi por causa disto que me sobrevieram todos estes males, e, agora, morro de tristeza numa terra estrangeira.» 14Chamou Filipe, um dos seus amigos, e nomeou-o regente de todo o reino. 15Entregou-lhe o seu diadema, o manto e o anel, com a responsabilidade de guiar e educar o seu filho Antíoco, para a realeza.
16O rei Antíoco morreu ali, no ano cento e quarenta e nove. 17*Lísias, ao ter conhecimento de que o rei morrera, entronizou no lugar do pai, o jovem Antíoco, a quem educara desde a infância, dando-lhe o cognome de Eupátor.

Judas cerca a cidadela de Jerusalém - 18*Entretanto, os que ocupavam a cidadela importunavam os judeus que se dirigiam ao templo, e procuravam constantemente causar-lhes dano, para apoiar os gentios. 19Judas resolveu aniquilá-los e convocou todo o povo, para os sitiar. 20Reuniram-se para começar o cerco, no ano cento e cinquenta, e construíram catapultas e outras máquinas de guerra. 21Mas alguns dos sitiados conseguiram romper o bloqueio. E tendo a eles aderido alguns israelitas apóstatas, 22dirigiram-se ao rei, para lhe dizer:
«Quando farás justiça e vingarás os nossos irmãos?
23Temos a certeza de termos servido bem o teu pai, obedecido às suas ordens e seguido as suas leis; 24por isso, os filhos do nosso povo cercaram-nos, mataram todos os nossos que lhes caíram nas mãos e confiscaram-lhes os bens; 25e não é somente contra nós que eles levantam a mão, mas também contra os povos vizinhos. 26Eis que agora sitiaram a cidadela de Jerusalém para se apoderarem dela e já fortificaram o templo, bem como Bet-Sur. 27Se não tomas a dianteira, farão ainda piores males e não os poderás dominar.»

Campanha de Antíoco V e de Lísias (2 Mac 13,1-17) - 28Ao ouvir estas palavras, o rei encolerizou-se e convocou todos os seus amigos, os generais do exército e os comandantes da cavalaria. 29Juntaram-se-lhe também mercenários de outros reinos e das ilhas do mar. 30Juntou um exército de cem mil infantes, vinte mil cavaleiros e trinta e dois elefantes adestrados para a guerra. 31Atravessaram a Idumeia e acamparam em frente de Bet-Sur, que atacaram por muito tempo; construíram máquinas, mas os sitiados saíram e incendiaram-nas, lutando com coragem.
32Judas levantou o cerco da cidadela e foi acampar em Bet-Zacarias, em frente do acampamento do rei. 33Ao amanhecer, o rei levantou-se e marchou apressadamente com as suas tropas em direcção a Bet-Zacarias; as forças prepararam-se para o combate e tocaram as trombetas. 34Mostraram aos elefantes sumo de uva e de amoras, para os excitar ao combate. 35Distribuíram-nos pelas falanges, colocando atrás de cada elefante mil homens protegidos com cotas de malha e capacetes de bronze, e quinhentos cavaleiros escolhidos precediam cada animal, 36acompanhando-o para onde quer que fosse, sem se afastarem dele. 37Sobre cada um, montaram torres de madeira, muito firmes, guarnecidas de máquinas, e em cada uma delas, quatro guerreiros valentes, que combatiam de cima das torres, assim como o seu indiano. 38O resto da cavalaria foi colocada à direita e à esquerda, nas duas alas do exército, para fustigar o inimigo e proteger as falanges.
39Quando o sol brilhou sobre os escudos de ouro e de bronze, a montanha resplandeceu, como que iluminada por chamas de fogo. 40Uma parte das tropas do rei espalhou-se sobre a colina e outra sobre a planície, caminhando com precaução e boa ordem. 41Os judeus ficaram espantados ao ouvirem o ruído de tal multidão, a sua marcha, a colisão das suas armas. Era, na verdade, um exército extremamente grande e poderoso.
42Judas, no entanto, avançou com os seus homens para travar batalha. Seiscentos homens do exército do rei foram aniquilados. 43Eleázar, filho de Avaran, percebeu que um dos elefantes estava armado com uma couraça real, o qual superava todos os outros, e julgou que sobre ele estaria o rei. 44Propôs-se, então, salvar todo o povo e celebrizar o seu nome. 45Precipitou-se, audazmente, nessa direcção, pelo meio da falange, matando à direita e à esquerda e separando o inimigo de um lado e do outro. 46Meteu-se debaixo do elefante, tomou posição e matou-o. O animal caiu por cima dele, e ali mesmo morreu. 47Vendo os de Judas o poder do exército real e a impetuosidade das suas tropas, retiraram-se.

Os sírios cercam o monte Sião (2 Mac 13,18-23) - 48Os soldados do rei foram-lhes no encalço, entraram na Judeia e acamparam no monte Sião. 49*O rei fizera a paz com os habitantes de Bet-Sur, os quais saíram da cidade, porque já não tinham víveres para continuar ali, pois era o ano sabático. 50Deste modo, o rei apoderou-se de Bet-Sur e pôs nela uma guarnição. 51Durante muitos dias cercou a cidade santa, construiu máquinas para lançar fogo e pedras, e escorpiões para lançar flechas e fundas.
52Por sua vez, os sitiados construíram também máquinas contra as máquinas dos inimigos, e combateram por muito tempo. 53Mas faltavam víveres nos celeiros, por ser o sétimo ano, e todos os que se haviam refugiado na Judeia, para fugir dos gentios, consumiram o resto da reserva. 54Restavam afinal poucos homens para a defesa do lugar santo, porque os soldados, famintos, dispersaram-se, indo cada um para a sua terra.

Antíoco V dá liberdade aos judeus (2 Mac 11,22-26; 13,23-26) - 55Lísias soube que Filipe, a quem o rei Antíoco, antes de morrer, designara para educar o seu filho Antíoco, preparando-o para o trono, 56chegara da Pérsia e da Média com o exército do rei e pretendia apoderar-se do poder. 57E apressou-se a regressar, dizendo ao rei, aos oficiais e aos homens: «Vamo-nos enfraquecendo aqui, dia a dia, escasseiam as provisões e o lugar que sitiamos é forte, e nós devemos ocupar-nos com os negócios do reino. 58Estendamos a mão a esses homens e façamos paz com eles e com toda a sua raça. 59Deixemo-los viver como outrora, segundo as suas próprias leis, pois foi por causa destas leis, que nós abolimos, que eles se revoltaram e fizeram tudo isto.»
60Esta proposta foi bem acolhida pelo rei e pelos generais. E enviaram mensageiros de paz aos sitiados, que a aceitaram. 61O rei e os generais confirmaram-na com juramento e abandonaram a fortaleza. 62O rei subiu ao monte Sião e observou as fortificações que nele havia; mas faltou à palavra dada e ordenou a destruição da muralha em volta. 63Logo a seguir, partiu a toda a pressa para Antioquia, onde encontrou Filipe como senhor da cidade. Atacou-o e recuperou a cidade pela força.

 

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